“Recebemos um relatório sobre 356 elefantes mortos no Delta Norte do Okavango e até agora confirmámos a morte de 275 paquidermes”, disse o diretor de parques nacionais e vida selvagem do Botswana, Cyril Taolo, citado pela agência France Presse.
“A causa da morte está a ser determinada. Enviámos amostras para a África do Sul, Zimbabué e Canadá para análise”, acrescentou.
De acordo com o mesmo responsável a doença do carbúnculo foi excluída como causa da morte e as autoridades não suspeitam de atividades de caçadores furtivos porque os animais foram encontrados com as presas.
De acordo com o relatório, da organização não governamental Elefantes Sem Fronteiras (EWB), datado de 19 de junho de 2020, 356 elefantes foram encontrados mortos no Delta do Okavango.
Estima-se que a morte de cerca de 70% seja de há “cerca de um mês, enquanto a dos restantes 30% parece mais recente, entre um dia e duas semanas”, segundo o diretor da ONG Michael Chase, autor do relatório.
“Observou-se que os elefantes vivos estavam muito fracos, letárgicos, e alguns desorientados e com dificuldade em mover-se”, adiantou, acrescentando que os machos e as fêmeas de todas as idades pareciam ser afetados por uma “doença misteriosa”.
“Um elefante foi observado a andar em círculos e incapaz de mudar de direção, apesar do encorajamento dos outros membros da manada”, indicou.
O Ministério do Turismo afirmou no final de maio estar a investigar a misteriosa morte de dez elefantes no Delta do Okavango.
Localizado entre a Zâmbia, Namíbia e África do Sul, o Botswana alberga cerca de 130.000 elefantes em liberdade, um terço da sua população africana conhecida.
Em 2018, a EWB gerou controvérsia ao afirmar ter identificado 90 carcaças de elefante, uma situação descrita na altura por Michael Chase como o “episódio mais grave de caça furtiva em África”.
O governo do Botswana negou então fortemente estes números, argumentando que a ONG tinha na realidade contado apenas 53 carcaças de elefante, a maioria das quais tinha morrido “devido a causas naturais ou a conflitos entre homem e vida selvagem”.
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