Os 31 trabalhadores mantêm-se, desde o dia 11 de novembro, de dia e de noite, de forma alternada, nas instalações, depois de se terem apercebido, nesse dia, da tentativa da retirada do equipamento pela proprietária da cervejaria.
Segundo a deputada da CDU, Ilda Figueiredo, a Cervejaria Galiza está em "risco iminente de encerramento", processo que é preciso travar, tendo em conta os postos de trabalho em causa e o manifesto interesse social, histórico e gastronómico para toda a cidade".
A proposta aprovada por unanimidade na reunião do executivo de hoje, defende que a câmara delibere "expressar pública e institucionalmente, a todas as entidades envolvidas, um apelo para a superação de todos os obstáculos com vista à viabilização da Cervejaria Galiza".
"Acho que é impossível votar contra a sua moção. (...) compreendo a boa intenção e acho que é bom que a cidade, à volta destes estabelecimentos, tenha esta atitude, é por isso que nós somos uma cidade diferente. Eu diria que temos uma cidade patriótica e nós achamos que todas estas coisas fazem parte de nós", afirmou o presidente da autarquia, Rui Moreira, em resposta à proposta da vereadora.
Também o PS disse apoiar esta moção, salientando o exercício "de cidadania" por parte dos funcionários que não se conformam com esta situação.
"Eles não sabem o que se passa, sabem é que está a ser delapidado o património quer do ponto de vista gastronómico e também da própria cidade", afirmou a socialista Fernanda Rodrigues.
Os trabalhadores da Cervejaria Galiza já conseguiram regularizar a sua situação no que respeita ao pagamento de salário e subsídio de Natal em atraso, disse hoje à Lusa fonte sindical.
“Com a receita desta semana, já liquidaram o subsídio de Natal que estava em falta, regularizando assim a sua situação”, disse à Lusa Nuno Coelho, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares.
Os trabalhadores deveriam ter-se reunido hoje com representantes do Ministério do Trabalho - Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), com a gerência da cervejaria Galiza e o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares, mas a pedido dos proprietários da empresa o encontro foi adiado para uma data que, até ao final da manhã de hoje, ainda não estava definida
Na passada quinta-feira, os trabalhadores liquidaram também a fatura de eletricidade, no valor de 3.750 euros, evitando assim o corte de energia no estabelecimento.
A Cervejaria Galiza está, desde há quatro anos, em dificuldades, com dívidas aos funcionários, ao fisco e à Segurança Social que ascendem aos dois milhões de euros.
Fundada a 29 de julho de 1972, a cervejaria detida pela empresa Atividades Hoteleiras da Galiza Portuense é uma das referências do Porto no setor da restauração.
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