Paulo Macedo entregou o documento à presidente da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, Teresa Leal Coelho, pouco depois das 14:30.
Paulo Macedo esteve reunido com Teresa Leal Coelho, na sala de visitas do presidente da Assembleia da República.
A entrega da auditoria hoje no parlamento surge depois de, na semana passada, ter sido divulgada uma versão preliminar do documento, datada de dezembro de 2017, que fez estalar a polémica devido à concessão de créditos mal fundamentada, atribuição de bónus aos gestores com resultados negativos, interferência do Estado e aprovação de empréstimos com parecer desfavorável ou condicionado da direção de risco da CGD.
Segundo o documento, administradores da CGD receberam “remuneração variável” e “voto de confiança”, mesmo em anos com resultados negativos.
A administração da CGD recusou, por duas vezes, a entrega do relatório à AR, num primeiro momento invocando sigilo bancário e, numa segunda vez, invocando o segredo de justiça.
A 9 de janeiro, a comissão parlamentar anunciou que iria pedir à PGR o acesso ao relatório da auditoria feita à gestão da CGD entre 2000 e 2015, depois de o banco público ter recusado pela segunda vez o acesso.
Esta semana, o Ministério Público informou “nada ter a opor” que a CGD disponibilizasse ao parlamento a auditoria.
CDS-PP, PSD, PS e BE chegaram a acordo para um texto comum sobre o objeto da futura comissão parlamentar de inquérito à CGD, partindo de uma proposta inicial dos democratas-cristãos.
Auditoria salvaguarda segredo bancário e não segredo profissional
Paulo Macedo afirmou que o relatório da auditoria entregue na Assembleia da República salvaguarda o segredo bancário, optando o banco público por não preservar o segredo profissional da instituição.
“Há toda uma parte de estratégia, toda uma parte comercial, de atos, de estrutura de custos, etc., que cada entidade deve preservar para si e não deve ser do domínio público e dos seus concorrentes. A CGD optou por não o fazer e a única coisa que a este relatório foi retirado foi a parte relativa ao segredo bancário”, afirmou Paulo Macedo, no parlamento.
No entanto, o presidente da CGD referiu que, se a lei sobre acesso a informação bancária for promulgada, o relatório sobre a auditoria ao banco “deverá ser disponibilizado na íntegra”.
Paulo Macedo frisou também que, relativamente à auditoria à CGD, está em causa o interesse público e o interesse da instituição, havendo “repercussões no negócio e nos seus colaboradores”.
“Há o interesse público e há o interesse da instituição, que é de clarificar as coisas e afastar esta mancha de suspeição, mas também há um dano dos colaboradores da Caixa e do seu negócio. Isso afeta a Caixa e a motivação dos seus colaboradores”, afirmou Paulo Macedo, acrescentando que “num banco que está a recuperar de seis anos de prejuízos, é [uma situação que] não é indiferente”.
[Notícia atualizada às 19h12]
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