No final de uma reunião da mesa e coordenadores, que demorou menos de uma hora, a deputada do PSD Teresa Leal Coelho informou os jornalistas que o relatório da auditoria da EY ao banco público, hoje entregue no parlamento pelo presidente da Caixa, está a ser digitalizado para ser distribuído aos deputados que integram a Comissão de Orçamento e Finanças (COFMA).
“Depois de uma apreciação que vai ser feita pelos grupos parlamentares, se concluirmos que não contém informação que viole qualquer dos segredos a que estamos sujeitos, o relatório será ainda hoje divulgado publicamente”, afirmou.
Essa divulgação, precisou, deverá acontecer no site da Assembleia da República.
“O interesse público e a transparência são os valores que nos movem”, defendeu Teresa Leal Coelho, salvaguardando que, se da apreciação que os partidos fizerem resultar que “há matéria que ainda deve ser salvaguarda”, a decisão de divulgação será revertida.
Segundo Teresa Leal Coelho, o relatório tem cerca de 170 páginas, sem anexos.
O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, afirmou hoje que o relatório da auditoria entregue na Assembleia da República salvaguarda o segredo bancário, optando o banco público por não preservar o segredo profissional da instituição.
Paulo Macedo frisou também que, relativamente à auditoria à CGD, está em causa o interesse público e o interesse da instituição.
“Há o interesse público e o interesse da instituição, que é de clarificar as coisas e também há um dano dos colaboradores da Caixa e do seu negócio. Isso afeta a Caixa e a motivação dos seus colaboradores”, disse.
A entrega da auditoria hoje no parlamento surge depois de, na semana passada, ter sido divulgada uma versão preliminar do documento, datada de dezembro de 2017, que fez estalar a polémica devido à concessão de créditos mal fundamentada, atribuição de bónus aos gestores com resultados negativos, interferência do Estado e aprovação de empréstimos com parecer desfavorável ou condicionado da direção de risco da CGD.
A administração da CGD recusou, por duas vezes, a entrega do relatório à Assembleia da República, num primeiro momento invocando sigilo bancário e, numa segunda vez, invocando o segredo de justiça.
A 9 de janeiro, a comissão parlamentar anunciou que iria pedir à PGR o acesso ao relatório da auditoria feita à gestão da CGD entre 2000 e 2015, depois de o banco público ter recusado pela segunda vez o acesso.
Esta semana, o Ministério Público informou “nada ter a opor” que a CGD disponibilizasse ao parlamento a auditoria.
CDS-PP, PSD, PS e BE chegaram a acordo para um texto comum sobre o objeto da futura comissão parlamentar de inquérito à CGD, partindo de uma proposta inicial dos democratas-cristãos.
[Notícia atualizada às 16h54]
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