Charlie Rose, de 75 anos, uma figura respeitada do pequeno ecrã nos Estados Unidos, entra assim na crescente lista de personalidades do mundo do entretenimento, política, ‘media’ ou negócios denunciadas por conduta sexual inapropriada – de assédio a violações – desde que estalou o escândalo com o influente produtor de Hollywood Harvey Weinstein.
As oito mulheres são, segundo o jornal Washington Post, que publica os seus testemunhos, antigas funcionárias ou ex-candidatas a cargos no programa “Charlie Rose” na PBS, apresentado pelo próprio que também trabalha para o “CBS This Morning” e contribui regularmente para o programa de informação “60 Minutos”, também na cadeia televisiva norte-americana CBS.
“Infelizmente, a minha caixa da entrada [de correio eletrónico] encontra-se já inundada de [mensagens] de mulheres que tiveram idênticos e perturbadores encontros com Charlie Rose”, escreveu na noite de segunda-feira na rede Twitter Amy Brittain, jornalista do Washington Post, instando as pessoas que têm informações a contactá-la por email. “A nossa cobertura [deste tema] continua”, acrescentou.
A cadeia PBS anunciou que ia suspender de imediato a emissão de Charlie Rose, sucedendo o mesmo na CBS.
“Charlie Rose foi imediatamente suspenso enquanto estamos a averiguar este problema”, reagiu a CBS News num comunicado, citado pelas agências internacionais, explicando que “leva muito a sério” as denúncias.
Entre os comportamentos do jornalista de 75 anos, as oito mulheres invocaram chamadas telefónicas obscenas e apalpões, com duas a afirmarem que ele se exibiu nu diante delas.
Essas mulheres, das quais cinco falaram sob a condição de anonimato, indicaram que os presumíveis factos se desenrolaram a partir dos anos 1990 até 2011, período em que tinham entre 21 e 37 anos.
“É fundamental que essas mulheres saibam que as ouço e que estou profundamente desolado por ter tido essa atitude inapropriada. Estou extremamente envergonhado”, reagiu Charlie Rose, num comunicado publicado na sua conta no Twitter.
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