A China realizou um exercício de tiro real no seu território mais próximo de Taiwan, uma semana depois de ter lançado um exercício de grande escala à volta da ilha.
Segundo a BBC, na noite de ontem, Pequim anunciou que a área ao redor de Niushan - uma ilha a 105 quilómetros de Taiwan - seria fechada durante quatro horas, a partir das 09h00 locais (02h00 em Lisboa).
O primeiro-ministro de Taiwan, Cho Jung-tai, reagiu e afirmou que a China não deveria conduzir tais exercícios, dada a ameaça que representam à estabilidade regional.
"Não importa o quão grande seja o exercício, eles não devem ser frequentes e próximos de Taiwan", disse. "Isto só causará tensão desnecessária", continuou.
Embora Taiwan tenha dito que aqueles são apenas "exercícios de rotina", alguns especialistas acreditam que a China está a enviar uma mensagem à ilha. O facto de, nos exercícios, os navios e aviões chineses cruzarem, regularmente, o território e o espaço aéreo de Taiwan atribui ainda mais credibilidade a esta teoria.
Nos últimos anos, à medida que as reivindicações da ilha aumentaram, os exercícios militares chineses na costa de Taiwan intensificaram-se, o que obrigou os aliados da ilha, como os Estados Unidos da América (EUA), a fortalecer as suas manobras.
Durante décadas, a frota do Pacífico dos EUA foi a única marinha estrangeira que transitava, regularmente, pelo Estreito de Taiwan, que separa os dois lados, para afirmar a sua liberdade de navegação.
Contudo, recentemente, o Canadá, a Alemanha, a Austrália e o Japão juntaram-se à patrulha, naquelas que são chamadas "operações de alta visibilidade".
A mais recente operação aconteceu no fim de semana passado, quando os EUA e o Canadá navegaram com os seus navios de guerra pelas águas de Taiwan. De acordo com alguns especialistas, a ação mostra claro apoio à ilha.
No entanto, uma autoridade norte-americana disse à BBC que os EUA estão interessados em diminuir as tensões com Pequim, uma vez que estão focados nos conflitos no Médio Oriente e na Europa.
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