Jacinda Ardern apresentou a sua demissão do cargo de primeira-ministra na última semana, apanhando praticamente todo o mundo de surpresa. Desgaste foi o que alegou e rapidamente foi encontrado um substituto para o seu lugar, neste caso Chris Hipkins, de 44 anos, que ganhou fama pela forma como geriu a pandemia de Covid-19 na Nova Zelândia.
Antes da pandemia, contudo, Hipkins, ou Chippy, como é conhecido no país, sempre mostrou ser um homem de vários ofícios, tendo acumulado vários cargos no governo, como líder da Câmara dos Representantes, ministro da Educação, ministro dos Seviços Públicos e ministro da Polícia, neste último garantindo a simpatia das forças de segurança, de acordo com a imprensa.
O seu nome começou a destacar-se, contudo, em 2020, quando foi criado um cargo ministerial para o combate à pandemia e Chippy foi o escolhido para ministro da resposta à covid-19. Geriu uma crise "como poucos no mundo inteiro", disseram alguns, optando por encerrar fronteiras e limitar a propagação do vírus. Em 2021 foi ele também que decidiu dar 'liberdade' ao povo e uma das frases que escolheu para o fazer, aconselhando as pessoas a continuarem a ter muitos cuidados, ainda hoje fazem correr muita tinta: "Abram as pernas, não espalhem o vírus".
Comparando com a sua antecessora, dizem os especialistas que Chippy, um apaixonado por desporto, sobretudo por BTT, é considerado mais centrista do que Arden, visto como um solucionador de problemas políticos e tido como "sensível, simpático, duro e competente".
Apesar do seu estilo mais "conservador e descontraído", Hipkins, que estudou política e criminologia, também não se livrou de uma reprimenda da sua antiga chefe, Jacinda Ardern. Em 2021, acusou a Austrália de "exportar o seu lixo" para a Nova Zelândia, numa referência à polémica política de Canberra de deportar criminosos para o seu país de origem, algo que não caiu bem junto de Ardern, que também já o tinha criticado anos antes por este ter tido um papel importante num escândalo de dupla cidadania no Parlamento australiano.
Hipkins toma posse esta quarta-feira, mas no seu discurso de consagração como líder do Partido Trabalhista não se esqueceu de Ardern e das mulheres. "Assumo este cargo num momento difícil. A liderança de Jacinda foi uma inspiração para as mulheres e as raparigas em todo o mundo. Mas é também um lembrete de que ainda temos um longo caminho a fazer no que toca a garantir que as mulheres em posições de liderança recebem o mesmo respeito que os seus homólogos masculinos”, salientou.
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