Os resultados da descoberta, publicados na revista científica Monthly Notices, da Royal Astronomical Society, baseiam-se no rastreio de estrelas que está a ser feito pelo satélite Gaia, da agência espacial europeia ESA.
As Nuvens de Magalhães são as maiores e mais brilhantes galáxias anãs em redor da Via Láctea, galáxia onde se situa a Terra. Os cientistas admitem que a "ponte" de estrelas poderá ajudar a clarificar a história da interação entre as Nuvens e a Via Láctea.
Uma "corrente" ou "ponte" de estrelas forma-se quando uma galáxia anã ou um aglomerado de estrelas começa a sentir a força de maré (efeito gravitacional) do corpo em torno do qual orbita.
A equipa de astrónomos crê que a "ponte" é formada, em grande parte, por estrelas que foram "removidas" da Pequena Nuvem de Magalhães, localizada a 200.000 anos-luz da Terra, pela Grande Nuvem de Magalhães, que está a 160.000 anos-luz.
No restante, é constituída por estrelas da Grande Nuvem de Magalhães que foram "puxadas" da galáxia por uma outra, a Via Láctea.
O estudo sugere que muitas das estrelas na "ponte", mas também o gás hidrogénio, foram "extraídas" da Pequena Nuvem de Magalhães há 200 milhões de anos, quando as duas galáxias anãs passaram relativamente próximo uma da outra.
O satélite Gaia "escrutina" repetidamente o céu, medindo as posições, e as suas variações ao longo do tempo, de estrelas, galáxias distantes, pequenos corpos do Sistema Solar e exoplanetas (planetas fora do Sistema Solar).
Portugal faz parte do consórcio internacional de investigadores e engenheiros que tem a seu cargo o processamento de dados recolhidos pelo satélite e a publicação de diferentes catálogos.
Lançada em dezembro de 2013, a missão Gaia pretende criar o maior e mais preciso catálogo de posições, distâncias, movimentos, velocidades, temperaturas, luminosidades e idades de um por cento do total de estrelas da Via Láctea, segundo o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que têm investigadores no consórcio.
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