Os protestos decorreram próximo do chafariz de Santo André, o local onde os chefes dos governos de Portugal e de Espanha, António Costa e Pedro Sánchez, respetivamente, iniciaram a 31.ª Cimeira Luso-espanhola dedicada à cooperação transfronteiriça e à articulação de uma estratégia conjunta para a recuperação económica.
Os manifestantes, que empunhavam cartazes e tarjas com as suas reivindicações, assobiaram e gritaram palavras de ordem quando Costa e Sanchéz chegaram ao local.
Durante o protesto gritaram frases como “Não ao nuclear, encerrar a central de Almaraz”, “Sim à vida, não à mina”, “Governo escuta, os trabalhadores estão em luta”, “Comboios sim, portagens não” e “[Comboio] internacional a circular, para o ambiente melhorar”.
O Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) em Portugal entregou um documento aos governos dos dois países a apelar ao fecho da central de Almaraz (situada a cerca 100 quilómetros da fronteira) e da exploração de urânio em Retortillo (a cerca de 30 quilómetros da fronteira), referiu à Lusa José Janela, da comissão coordenadora do Movimento Ibérico Antinuclear (MIA) em Portugal.
O ambientalista disse que portugueses e espanhóis estão “contra a continuação” da central de Almaraz e pedem o seu fecho definitivo, alegando que “constitui um perigo” para as zonas fronteiriças.
O mesmo elemento do MIA pede a Costa que dê “um cotovelada mais vigorosa” a Sánchez e lhe diga que “agora é que é mesmo para encerrar Almaraz”.
A Plataforma P’la Reposição das Scut´s nas autoestradas A23 e A25 voltou a exigir o fim das portagens nas antigas vias sem custos para o utilizador.
“Nós aqui estamos, mais uma vez, para sinalizar que o problema das portagens não vai morrer”, disse à Lusa o porta-voz Luís Garra.
No protesto também participaram trabalhadores e dirigentes do Sindicato da Hotelaria do Sul, que exigiram a reposição dos comboios internacionais, uma vez que os trabalhadores da Serviral, empresa concessionária que explora os comboios internacionais que fazem os percursos Lisboa-Madrid e Lisboa-Hendaye (Lusitânia e Sud-Express), estão com os contratos de trabalho suspensos desde 17 de março, altura em que os comboios internacionais pararam.
“É inconcebível que as fronteiras em toda a União Europeia estejam abertas para os comboios e a única que está fechada é [entre] Portugal e Espanha”, explicou Fernando Pinto.
O sindicato defende a reabertura de “todos os serviços atualmente encerrados nos comboios Lusitânia e Sud-Express”.
A União de Sindicatos da Guarda também aproveitou a ocasião para entregar ao Governo um documento com medidas para “valorizar quem trabalha e a produção nacional”, pela defesa dos serviços públicos e das funções sociais do Estado.
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