Em comunicado, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) refere que participou numa operação coordenada pela Interpol, entre 05 e 09 de julho, no âmbito do combate ao tráfico de pessoas, imigração ilegal e crimes conexos, como branqueamento de capitais e falsificação de documentos, tendo sido resgatadas 430 vítimas de tráfico, incluindo crianças, identificados 4.000 imigrantes ilegais e realizadas 286 detenções, em 47 países.
Segundo o SEF, a operação, denominada “Liberterra” (terra livre em latim), possibilitou a identificação do ‘modus operandi’, locais de origem, principais rotas e meios de transporte utilizados no âmbito do tráfico de pessoas e da imigração ilegal, permitindo não só avançar com investigações em curso, como iniciar outras.
A operação envolveu mais de 100 Inspetores do SEF que controlaram, nos postos de fronteiras portugueses, cerca de 42 mil passageiros, tendo sido detetados três cidadãos estrangeiros, na origem, que pretendiam embarcar com destino a Lisboa na posse de documentos fraudulentos, juntamente com um quarto elemento suspeito de ser facilitador num esquema organizado de auxílio à imigração ilegal, refere aquele serviço de segurança.
O SEF acrescenta que, em Portugal, foram ainda identificados 65 imigrantes ilegais, realizadas cinco detenções de cidadãos estrangeiros já com ordem de expulsão do país e resgatadas 19 vítimas de tráfico de pessoas.
Segundo o SEF, as 19 vítimas foram traficadas com a finalidade de exploração laboral, são oriundas da Ásia e foram detetadas numa exploração agrícola e aliciadas com falsas promessas de legalização em Portugal.
Os cinco cidadãos estrangeiros detidos estavam em situação irregular e foram detetados na sequência de uma busca domiciliária realizada à residência de um deles e que era suspeito de rapto.
O SEF refere que nesta habitação localizada no interior de uma quinta foi possível identificar vários anexos (construídos ilegalmente) e que serviriam de abrigo a 36 cidadãos, cuja atividade se centrava na apanha de amêijoa.
“Após fiscalização na mesma área, foi possível identificar, junto ao Rio Tejo, cerca de 300 cidadãos estrangeiros que se dedicavam à apanha de ameijoa, 29 dos quais em situação irregular em Portugal, tendo na sua maioria sido notificados para abandono voluntário do país, de acordo com o determinado na Lei de Estrangeiros em vigor” indica ainda o SEF.
Segundo um comunicado divulgado hoje pela Interpol, durante a operação realizada em 47 países foram feitas mais de 500 mil inspeções em alfândegas e aeroportos assim como em outros locais considerados "de risco" pelos serviços de informações e de investigação.
A Interpol revela que a investigação permitiu iniciar 60 investigações entre países e apreender documentos falsos usados na passagem de fronteiras.
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