O acidente ocorreu num dos espaços aéreos mais controlados e monitorizados do mundo, a pouco mais de cinco quilómetros a sul da Casa Branca e do Congresso norte-americano.

Fontes policiais confirmaram nas primeiras horas a existência de vítimas mortais após a queda das aeronaves no rio Potomac, mas sem avançar números.

Em conferência de imprensa realizada às 12h30 (horário de Portugal continental), o chefe do Corpo de Bombeiros e Serviços Médicos de Washington, John Donnelly, admitiu que "não [acreditam] que haja sobreviventes" e confirmou que já foram recuperados 27 corpos.

"Estamos agora num ponto em que estamos a mudar de uma operação de resgate para uma operação de recuperação", precisou.

O CEO da Amercian Airlines, Robert Eisen, disse que, "até ao momento, não sabemos por que a aeronave militar entrou no caminho da aeronave PSA".

"Sei que há muitas perguntas neste estágio inicial, mas não poderei responder a muitas delas, mas forneceremos informações adicionais à medida que surgirem", acrescentou.

A American Airlines partilhou um número gratuito e disse que os familiares das pessoas que estavam a bordo do voo 5342 devem ligar para obter informações.

Na mesma conferência, o secretário de Transportes, Sean Duffy, garantiu que as duas aeronaves estavam a realizar um "padrão de voo", pelo que não há ainda explicação para o acidente.

Foi ainda dada informação sobre os destroços. "A fuselagem do avião da American Airlines está invertida. Foi localizada em três secções diferentes. Está com água pela altura da cintura, então a recuperação vai continuar hoje".

Devido ao vento, o campo de destroços espalhou-se até à Ponte Wilson.

A autarca de Washington DC, Muriel Bowser, garantiu nova conferência de imprensa com ponto de situação no dia de hoje e confirmou que o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes está a investigar o sucedido.

Operação de recuperação demorada

As operações podem levar vários dias, devido às condições na água. "O rio é uma grande mancha preta à noite, sem nenhuma luz, exceto por algumas luzes de bóia", explicou o chefe do Corpo de Bombeiros de Washington, John Donnelly.

“As condições são extremamente difíceis para os socorristas”, disse numa conferência de imprensa, realçando o frio, o vento forte e o gelo no solo.

Barcos insufláveis de resgate estavam a ser lançados no Potomac a partir de um ponto próximo do aeroporto, ao longo da autoestrada George Washington, a norte do aeroporto.

As equipas estão a enfrentar condições “extremamente difíceis”, disseram as autoridades. A temperatura exterior na área esta noite era de cerca de quatro graus Celsius, pelo que a hipótese de sobrevivência na água seria de cerca de 20 minutos.

Pete Hegseth, empossado há poucos dias como secretário de defesa de Trump, disse nas redes sociais que uma investigação foi “lançada imediatamente” pelo exército e pelo departamento de defesa dos EUA.

As primeiras informações sobre os passageiros

Apesar de ainda não ter sido divulgada uma lista oficial dos passageiros nas aeronaves, começam já a chegar algumas informações.

Segundo o The Guardian, entre os passageiros a bordo do avião da American Airlines estavam atletas de patinagem artística, treinadores e familiares que estavam num acampamento de desenvolvimento em Wichita , informou a US Figure Skating .

A agência de notícias estatal russa Tass adianta também que patinadores artísticos russos, campeões mundiais, também estavam a bordo. Yevgenia Shishkova e Vadim Naumov são dois dos nomes avançados.

A situação atual no aeroporto

Aproximadamente 19 aeronaves estavam no ar no momento do acidente perto do Aeroporto Nacional Reagan e foram desviadas para o Aeroporto Internacional de Dulles, cerca de 32 quilómetros a oeste.

No total, 858 voos estavam programados para descolar e pousar na quarta-feira, de acordo com a empresa de análise de aviação Cirium, e 869 voos estavam programados para esta quinta-feira.

O Aeroporto Nacional Reagan vai reabrir às 11h00 (horário do leste dos EUA), segundo as autoridades.

O aeroporto tem agora instalado um centro de apoio para familiares dos passageiros das aeronaves que colidiram.

O que se sabe sobre a colisão

A colisão aconteceu por volta das 21h00 (01h00 de hoje em Lisboa), quando um avião da PSA, uma subsidiária regional da American Airlines, se aproximava do aeroporto de Washington, vindo de Wichita, no estado de Kansas, no centro dos EUA, disse a Administração Federal de Aviação norte-americana. Segundo as autoridades, há 64 pessoas a bordo.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos disse que três militares seguiam a bordo do helicóptero Sikorsky H-60 que colidiu com o avião, algo que descreveu, num comunicado, como um acidente.

Câmaras de segurança captaram o momento da colisão.

“Uma operação de busca e salvamento envolvendo várias agências está em curso no rio Potomac após um acidente de avião”, escreveu na altura a polícia da capital norte-americana, também na X.

A gravação da torre de comando

A Associated Press relata que uma gravação das comunicações da torre de comando no momento do acidente foi capturada pelo LiveATC.net, que a agência descreveu como “uma fonte respeitada para gravações em voo”.

Na gravação, segundos após a última mensagem do voo da American Airlines, outro avião ligou para a torre e disse: “Torre, viram isso?”

Um controlador de tráfego aéreo então redirecionou os aviões que se dirigiam para a pista 33 do Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington, para contornar o local.

"Acidente, acidente, acidente, aqui é um alerta três", disse um dos controladores de tráfego aéreo.

Outro controlador comentou: "Não sei se perceberam antes o que aconteceu, mas houve uma colisão na aproximação para a 33. Vamos encerrar as operações por tempo indeterminado".

A reação de Trump

“Deus os abençoe”, disse, inicialmente, Trump, em comunicado, dizendo que tinha sido “totalmente informado do terrível acidente”.

Mais tarde, na sua rede Social Truth Social, o presidente disse que a colisão “devia ter sido evitada”.

“O avião estava numa rota de aproximação perfeita para o aeroporto. O helicóptero estava a ir diretamente para o avião durante algum tempo. A noite estava clara, as luzes do avião estavam a brilhar, porque é que o helicóptero não subia ou descia, ou fazia uma curva”, escreveu Trump.

“Por que motivo a torre de controlo não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se tinham visto o avião? Esta é uma situação terrível que deveria ter sido evitada”, acrescentou.