Este é o testemunho de Débora e André Vilela:

Nós somos a Débora e o André. Namoramos desde 10 de junho de 2015 e casámos no mesmo dia, em 2024. A fé sempre foi um pilar da nossa relação, sendo que, apesar de nos termos conhecido por estarmos na mesma turma, o nosso amor foi crescendo nas diversas atividades do grupo de jovens (no início em grupos separados, mas a Débora acabou por se juntar ao meu grupo).

Em 2017 tivemos o primeiro encontro de perto com o Papa Francisco, quando, na manhã de 13 de maio, dia em que o Papa presidiu à canonização de Francisco e Jacinta Marto, a Débora decide ir à casa de banho no meio da confusão em Fátima.

Acompanhei-a, e ao sairmos, temos o privilégio de ver o Papa a passar à nossa frente, enchendo-nos desde logo o coração.

Quando decidimos dar o passo do matrimónio, sempre tivemos a intenção de receber a bênção papal para o nosso casamento. Sabíamos de amigos que já tinham tido essa oportunidade e pedimos ajuda. Marcámos férias uns meses depois do casamento, para dar oportunidade de irmos a Roma, receber a bênção e passear, sendo que esta oportunidade só se pode realizar até seis meses após o casamento. Entretanto, por falha do André, que percebeu erroneamente que só poderíamos reservar bilhete caso aparecesse a data pretendida na agenda online do Papa, não fizemos o pedido. Esperámos até mais perto e não aparecia a data que queríamos. Foi nessa semana que percebemos que bastava efetuar o pedido de reserva de bilhete, mesmo que a data da Audiência Geral não aparecesse na agenda.

Acabámos por remarcar as férias e conseguimos obter o bilhete para a Audiência Geral de 27 de novembro e fomos apenas dois dias, ao contrário da semana que estava planeada inicialmente. No dia, arranjámo-nos como se fôssemos casar novamente e foi mágico. Atravessámos as ruas do Vaticano vestidos de noivos e chegámos à Praça de São Pedro cedo, como nos indicaram.

Sentámo-nos e assistimos à Audiência Geral muito perto do Santíssimo Padre, e o coração já palpitava.

Estivemos os dois na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa e foi magnífico ouvir todas as homilias e partilhas do Papa, mas nada se compara a ouvir a catequese na Praça de São Pedro. Enche o coração e percebemos a mensagem e o amor mesmo quando é falada numa língua que não dominamos. Guardamos no coração o «Alegrai-vos sempre no Senhor» proclamado na catequese.

Haviam muitos mais casais do que esperávamos e quando percebemos que o Santíssimo Padre, empurrado numa cadeira de rodas, não parava para dar atenção a todos os casais, ficámos nervosos, pois podia mal olhar para nós. Esforçámo-nos para ter esse momento, não íamos desistir. Vários casais pediam uma assinatura, pediam para benzer terços e outros objetos religiosos, mas nós só queríamos a bênção do nosso casamento. Quando ele entra na nossa fila de cadeiras, tivemos a graça de receber um sorriso do Papa Francisco ao olhar para nós. Ao passar por nós, pedimos a bênção das nossas alianças, e foi tudo muito rápido, colocou a mão por cima da nossa, voltou a sorrir, e sentimos também nós uma enorme alegria. Foi um momento especial em que tivemos a oportunidade de estar perto de alguém que é simples e amor ao mesmo tempo. O Papa Francisco foi nesse momento o reflexo de Jesus para nós.

Foi também neste encontro com o Papa que decidimos que estava na altura de deixar crescer a nossa família, deixando tudo no tempo e nas mãos de Deus. Temos a graça de poder dizer que em breve seremos pais.

Como casal, tentamos sempre seguir o exemplo do Papa Francisco, seguir a sua humildade, a sua bondade e simplicidade para com os outros. A mensagem deixada a um casal, que foi partilhada nas redes sociais, indica que um casal não deve ir dormir chateado. Tentamos seguir esta regra na nossa relação, tentamos não nos chatear.

Nos momentos menos bons, tentamos guiar-nos usando diferentes frases que o Papa Francisco nos deixou. Podemos dizer que o Papa Francisco foi e sempre será um grande pilar na nossa família.