“O Governo tem efetivamente um papel importante nisto, embora possa argumentar que já fez o que tinha que fazer, nós achamos que nesta altura e perante o cenário, e a agravar-se esta situação, tem a obrigação de tentar fazer esforços no sentido de que estas duas entidades se sentem à mesa e possam resolver este assunto, porque o país não vai aguentar muito mais nesta situação”, disse o presidente da ANAREC, Francisco Albuquerque, à agência Lusa.
O presidente da ANAREC pediu ainda que no caso de não ser resolvido o impasse, os serviços mínimos sejam alargados a todo o país.
“Nós compreendemos que efetivamente o Grande Porto e a Grande Lisboa são as zonas onde há mais concentração populacional, mas não deixa também de ser verdade que o resto do país está a sofrer com esta questão também”, disse Francisco Albuquerque.
Assim, a ANAREC considera “fundamental” que os serviços mínimos “possam abranger o território nacional na sua plenitude”.
O presidente da entidade disse ainda que não conseguiu fazer uma atualização de números de postos de combustível com problemas ou em abastecimento, “porque a situação se tornou demasiado complexa para o efeito”.
No entanto, o responsável disse que se nota “um agravamento da situação, mesmo considerando importante a a obrigatoriedade do abastecimento mínimo”.
Francisco Albuquerque reforçou o que já tinha dito de manhã à agência Lusa, considerando o impasse “insustentável”, e que “não são apenas os serviços mínimos e a requisição civil que vão resolver esta questão”.
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.
Na terça-feira, gerou-se a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, provocando o caos nas vias de trânsito.
O primeiro-ministro admitiu hoje alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está “inteiramente assegurado” para aeroportos, forças de segurança e emergência.
Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder “aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”.
Comentários