“Face a esta situação de emergência, provocada pela falta de combustíveis, teremos mesmo de proceder a algumas alterações da oferta, já a partir de amanhã [quinta-feira] e até à próxima segunda-feira. Poderemos ter de reduzir até 50% a oferta nos transportes locais, urbanos e interurbanos”, afirmou Laurinda Martins, em nome da administração da empresa.
O plano de gestão do combustível tem também em vista “assegurar o arranque das escolas a partir de terça-feira” e é implementado esta semana, explicando que, devido à Páscoa, há mais pessoas de férias.
A Barraqueiro Transportes integra as empresas Ribatejana Verde, Barraqueiro Oeste, Mafrense e Boa Viagem, que possuem um total de 380 viaturas e 189 linhas de serviço público.
As supressões vão ocorrer “principalmente fora dos períodos de ponta”, detalhou, tentando, por isso, “assegurar os primeiros e últimos horários”.
As empresas vão manter as carreiras inter-regionais que têm como destino Lisboa, assim como as carreiras que fazem o transbordo para outras ligações rodoviárias ou ferroviárias, para “minimizar os prejuízos aos passageiros”.
“A situação está a ser muito complicada, aguardamos a todo o momento que possamos ter reforços no abastecimento, mas não vai ser fácil, porque primeiro estão os veículos de emergência”, sublinhou.
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.
Na terça-feira, gerou-se a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, provocando o caos nas vias de trânsito.
A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou hoje que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas “praticamente” com a rede esgotada.
O primeiro-ministro admitiu hoje alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está “inteiramente assegurado” para aeroportos, forças de segurança e emergência.
Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que, até quinta-feira, os trabalhadores a requisitar devem corresponder “aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”.
No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a “situação de alerta” devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o sindicato, foram definidos os serviços mínimos.
Militares da GNR estão de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível possam abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.
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