Segundo o requerimento a que a agência Lusa teve acesso, o partido proponente da comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP tem no topo da lista as audições da CEO da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener, e da antiga administradora e ex-governante Alexandra Reis.
Os bloquistas querem ainda ouvir o administrador financeiro da TAP, Gonçalo Pires, e o presidente do Conselho de Administração, Manuel Beja, bem como a Luís Manuel Martins, da Comissão Vencimentos da TAP.
Em termos governativos, o BE quer ouvir o antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos - que se demitiu no final de 2022 devido à "perceção pública e ao sentimento coletivo gerados em torno” do caso TAP e da indemnização paga a Alexandra Reis – e o antigo secretário de Estado Hugo Mendes, bem como a antiga chefe de gabinete de Pedro Nuno Santos, Maria António Barbosa de Araújo.
O atual responsável pelas Finanças, Fernando Medina, e os antigos ministros com esta pasta João Leão e Mário Centeno também fazem parte desta lista, assim como o ex-secretário de Estado do Tesouro Miguel Cruz.
António Pires de Lima, ex-ministro da Economia, Sérgio Monteiro, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações e Pedro Marques, ex-ministro do Planeamento e das Infraestruturas são outras das personalidades com responsabilidades governativas que o BE quer ouvir no parlamento.
As audições de sociedades de advogados SRS advogados e Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados também são pedidas pelo BE, tal como os antigos acionistas da companhia aérea, Humberto Pedrosa e David Neelman.
Os bloquistas requereram ainda as audições de Diogo Lacerda Machado, ex-administrador não executivo TAP, e de diversos sindicatos ligados à operação da companhia aérea.
No passado dia 03 de fevereiro, a proposta do BE para constituir uma comissão de inquérito à tutela política da gestão da TAP, com duração de 90 dias, foi aprovada no parlamento, com a abstenção do PS e PCP e os votos a favor dos restantes partidos.
O texto aprovado sem votos contra estabelece uma comissão parlamentar de inquérito “à tutela política da gestão da TAP” que incida em particular entre 2020 e 2022, averiguando a entrada e saída da antiga governante Alexandra Reis e as responsabilidades da tutela nas decisões tomadas.
O inquérito parlamentar à TAP é presidido pelo socialista Jorge Seguro Sanches, que terá como 1.º vice-presidente o deputado do PSD Paulo Rios de Oliveira e como 2.º vice-presidente o deputado do Chega Filipe Melo.
Comentários