“O aumento de incidentes antissemitas em toda a Europa nos últimos dias faz lembrar alguns dos períodos mais sombrios da história”, indica o executivo europeu num comunicado de imprensa.
“Nestes tempos difíceis, a UE está ao lado das suas comunidades judaicas. Condenamos estes atos desprezíveis nos termos mais fortes possíveis. Eles vão contra tudo o que a Europa representa, os nossos valores fundamentais, o nosso modo de vida”, acrescenta.
São contrários “ao modelo [europeu] de sociedade baseado na igualdade, na inclusão e no pleno respeito pelos direitos humanos”, defende a Comissão, sublinhando: “Judeu, muçulmano, cristão, ninguém deve viver com medo da discriminação ou da violência por causa da sua religião ou identidade”.
A Comissão Europeia referiu casos como ‘cocktails molotov’ lançados contra uma sinagoga na Alemanha, inscrições com estrelas de David em edifícios na França, a profanação de um cemitério judaico na Áustria, ataques a lojas e sinagogas na Espanha e ‘slogans’ hostis entoados durante manifestações.
Em França, desde 7 de outubro, foram registados 857 atos antissemitas, “tantos em três semanas” como em “todo o ano passado”, disse na terça-feira o ministro do Interior, Gérald Darmanin. O chefe da polícia de Paris, Laurent Nuñez, por sua vez, deu hoje conta de 257 atos antissemitas no último mês na área metropolitana de Paris.
Uma jovem judia foi esfaqueada no sábado na sua casa em Lyon (centro-leste da França), com um possível “motivo antissemita”, segundo o Ministério Público.
Inscrições antissemitas também foram descobertas nas paredes de várias escolas em Estrasburgo (leste da França), disse uma fonte policial na sexta-feira.
“Devemos lutar contra este aumento do antissemitismo, bem como contra o aumento do ódio antimuçulmano que temos testemunhado nas últimas semanas e que não tem lugar na Europa”, acrescenta a Comissão.
“A lei da UE criminaliza o incitamento público ao ódio e à violência e define uma abordagem comum para combater o discurso de ódio e os crimes racistas e xenófobos: garantir a sua aplicação rigorosa é mais imperativo do que nunca”, sublinha o executivo europeu.
Para além da sua estratégia contra o antissemitismo implementada em 2021, Bruxelas também recorda ter reforçado a supervisão das plataformas da internet, a fim de combater o discurso de ódio ou a desinformação ‘online’.
Considerado terrorista pela UE, Estados Unidos e Israel, o grupo islamita palestiniano Hamas efetuou em 07 de outubro um ataque de dimensões sem precedentes em território israelita, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns, que mantém em cativeiro na Faixa de Gaza.
Num balanço efetuado no sábado, o Ministério da Saúde de Gaza adiantou que até essa data tinham sido mortas 9.488 pessoas, incluindo 3.900 crianças, na Faixa de Gaza desde o início da guerra com Israel.
Iniciou-se então uma forte retaliação de Israel àquele enclave palestiniano pobre, desde 2007 controlado pelo Hamas, com cortes do abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que completou na quinta-feira o cerco à cidade de Gaza.
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