“O comité Nobel norueguês está escandalizado pelo golpe de Estado militar e a prisão da laureada do prémio Nobel da paz Aung San Suu Kyi, do Presidente Win Myint e de outros responsáveis políticos”, indicou numa declaração à agência noticiosa AFP.
Solicita ainda a “libertação imediata de Aung San Suu Kyi e dos outros responsáveis políticos detidos, e o respeito dos resultados das eleições legislativas do ano passado”.
O exército prendeu hoje a chefe do Governo civil birmanês, Aung San Suu Kyi, o presidente Win Myint e vários ministros e dirigentes do partido governamental, proclamando o estado de emergência e colocando no poder um grupo de generais.
As comunicações foram cortadas e os voos de passageiros suspensos no país.
Os militares acusaram a comissão eleitoral de não ter sanado as “enormes irregularidades”, que segundo eles ocorreram durante as eleições legislativas de novembro, vencidas por esmagadora maioria pelo partido de Aung San Suu Kyi, a Liga Nacional para a Democracia (LND), no poder desde 2015.
No comunicado, o comité Nobel recorda que Suu Kyi “recebeu o prémio Nobel da paz em 1991 em reconhecimento da sua corajosa luta pela democracia na Birmânia”, e considerou que “continuou a ser uma figura de proa do desenvolvimento da democracia, quer nos anos em que foi mantida cativa pelo exército, quer após a sua libertação”.
Nos últimos anos, o comité enfrentou múltiplos apelos que pediam a retirada do Nobel da paz a Aung San Suu Kyi, criticada pela sua passividade face às perseguições — qualificadas de “genocídio” por investigadores da ONU — cometidas contra a minoria muçulmana Rohingya.
No entanto, os seus cinco membros sempre rejeitaram essa hipótese, ao consideraram que os estatutos do Nobel não permitem essa decisão.
União Europeia, Estados Unidos, ONU, Japão, China, França e Reino Unido foram alguns dos que também já criticaram o golpe de Estado em Myanmar.
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