A ordem foi dada pelo ministro da Defesa israelita, Israel Katz, que alertou a ativista sueca e a restante tripulação do veleiro ‘Madleen’, o navio da Flotilha da Liberdade a caminho de Gaza para entregar ajuda humanitária, para que regressem, pois não conseguirão chegar ao enclave.

“Ordenei às FDI [Forças de Defesa de Israel] que atuem para impedir que o veleiro Madleen chegue a Gaza. À antissemita Greta e seus amigos, digo claramente: regressem, pois não chegarão a Gaza”, disse Katz, em declarações divulgadas pelo seu gabinete.

Katz acrescentou que Israel não permitirá que ninguém rompa o bloqueio naval ao território palestiniano, que, segundo alega, visa impedir o Hamas de importar armas.

O veleiro chegou hoje de manhã à costa egípcia e prosseguiu viagem com destino à Faixa de Gaza, indicaram os organizadores da campanha em comunicado.

A embarcação, com bandeira britânica e integrada na coligação Frota da Liberdade, partiu há precisamente uma semana da Sicília (Itália) com destino a Gaza, com o objetivo de “entregar ajuda humanitária, romper o bloqueio israelita e dar visibilidade ao sofrimento contínuo no enclave palestiniano”.

“Navegamos ao largo da costa egípcia. Está tudo bem”, afirmou a ativista alemã de direitos humanos Yasemin Akar, que explicou que o navio já partiu de Alexandria e que se espera que chegue ao enclave palestiniano ao entardecer de hoje.

“Estamos a pouca distância das águas territoriais de Gaza”, declarou Akar num comunicado, alertando que estão a ser seguidos por “‘drones’ de vigilância que têm como objetivo intimidar” a tripulação.

Antes das ordens de Katz, a ativista alemã referiu a possibilidade de serem atacados pelas forças israelitas.

“Se Israel nos atacar, será mais um crime de guerra. Não embarcamos nesta missão se não acreditássemos que chegaríamos a Gaza”, sublinhou Akar.

O Comité Internacional para Romper o Cerco a Gaza, com sede em Londres, declarou que “a aproximação do ‘Madleen’ à costa de Gaza representa um desafio corajoso às políticas injustas que cercam os civis e uma mensagem de solidariedade dos povos do mundo livre para com o nosso povo em Gaza”.

O comité confirmou que a coligação Frota da Liberdade mantém contacto constante com organizações internacionais de direitos humanos e jurídicas para garantir a segurança dos ativistas a bordo, sublinhando que “qualquer ataque ou obstrução ao navio constitui uma violação flagrante do direito internacional humanitário”.

A eurodeputada Rima Hassan, que também se encontra a bordo do veleiro, apelou aos governos para que garantam uma passagem segura à Frota da Liberdade.

Hassan acrescentou ainda que mais de 200 eurodeputados assinaram uma carta aberta dirigida a Israel, exigindo que permita a chegada do navio a Gaza e autorize “imediatamente a entrada da sua carga humanitária”.

A Frota da Liberdade, formada em 2010, é um movimento internacional não violento de solidariedade com o povo palestiniano, com uma vertente humanitária, que se opõe ativamente ao bloqueio israelita à Faixa de Gaza.