Os líderes da União Europeia (UE) — incluindo o chefe de Governo português, Luís Montenegro — reúnem-se num jantar informal em Bruxelas para debater o próximo ciclo institucional, uma semana depois das eleições europeias, que deram a vitória ao Partido Popular Europeu (PPE), seguido dos Socialistas e Democratas (S&D) e dos liberais do Renovar a Europa.
“O Conselho Europeu é fundamental para designar os próximos cargos de alto nível da UE, nomeadamente eleger o presidente do Conselho Europeu, nomear o presidente da Comissão Europeia e nomear o Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança”, assinala a instituição na agenda da cimeira informal.
Neste encontro de alto nível será discutido o pacote sobre as lideranças institucionais (que inclui ainda a presidência do Parlamento Europeu, embora não oficialmente), sendo que “qualquer decisão do Conselho Europeu tem de refletir a diversidade da UE em termos de geografia, dimensão do país, género e filiação política”, lembra a instituição na nota de agenda.
Os nomes que mais se falam em Bruxelas são os do ex-primeiro-ministro português António Costa para o Conselho Europeu, de Ursula von der Leyen para um novo mandato à frente da Comissão Europeia, da primeira-ministra da Estónia para Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e de Roberta Metsola para uma reeleição na liderança do Parlamento Europeu.
Fonte europeia conhecedora das discussões disse à agência Lusa que “as coisas vão na direção certa” para a nomeação de Costa, assim como de Von der Leyen e Metsola, não acontecendo o mesmo com Kaja Kallas por se esperar que, numa outra negociação fora da UE, se escolha o ainda primeiro-ministro dos Países Baixos, o também liberal Mark Rutte, para secretário-geral da NATO.
Os Socialistas devem anunciar em breve o seu apoio oficial a António Costa, bem como o aval a Von der Leyen.
Fonte do PPE indicou à Lusa que a posição do partido de centro-direita sobre um apoio a António Costa depende do pacote apresentado no Conselho Europeu, embora haja interesse num acordo sobre os quatro cargos de topo.
A mesma fonte lembrou o apoio de Luís Montenegro à nomeação de António Costa, que garantiu que não será bloqueado pela sua família política europeia.
Já fonte dos Liberais escusou-se a comentar, indicando que a bancada do Renovar a Europa está concentrada na composição do grupo e só depois pensará nos lugares de topo.
No domingo, em entrevista ao jornal El Español, o antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso afirmou que o ex-primeiro-ministro António Costa é o “melhor posicionado” para presidir ao Conselho Europeu e suceder ao belga Charles Michel, por ser quem “gera mais consenso” dentro e fora da família socialista.
O social-democrata, e também antigo primeiro-ministro português, considerou natural que os Socialistas e Democratas assumam a liderança do Conselho Europeu, ficando o PPE com a presidência da Comissão.
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