O líder do CSV, Luc Frieden, anunciou que as negociações entre ambas as partes foram bem-sucedidas e indicou que o acordo será assinado na quinta-feira, avançou o jornal luxemburguês Tageblatt.
Frieden sublinhou que conseguiu formar um governo cinco semanas depois das eleições: “Isto foi possível porque negociámos de forma séria, intensa e construtiva num bom ambiente”, afirmou, numa conferência de imprensa.
O candidato conservador confirmou que o futuro executivo será composto por 15 ministros, mas não revelou quantos serão do CSV e quantos do Partido Democrático.
Ambas os partidos concordaram com a necessidade de construir mais habitação pública, reforçar o poder de compra e o crescimento económico e garantir a segurança. “As dificuldades surgiram pela complexidade das questões”, concluiu Frieden.
O liberal Xavier Bettel destacou a “boa cooperação” entre os dois partidos: “Não foi um partido a impor condições, mas sim um compromisso para alcançar objetivos políticos”, expressou o primeiro-ministro em exercício.
O CSV venceu no início de outubro as eleições gerais no Luxemburgo, conquistando 21 dos 60 deputados no parlamento, bem à frente dos liberais (14), socialistas (11) e Verdes (quatro), forças da coligação governamental cessante, que detinha a maioria absoluta.
Após uma década na oposição, os democratas-cristãos foram os grandes vencedores, juntamente com os populistas de direita da ADR, que conseguiram cinco eleitos, quase o dobro das eleições anteriores e com a vantagem de poderem formar o seu grupo parlamentar.
Os restantes assentos no parlamento foram distribuídos pelo Partido Pirata, que se afirma “nem de esquerda, nem de direita”, com três deputados, e dois para a força política de esquerda déi Lénk.
Pelo menos 30 lusodescendentes estiveram entre os candidatos nas várias listas partidárias concorrentes às legislativas no Luxemburgo, de acordo com a emissora local Rádio Latina.
Um dos destaques da noite eleitoral, de acordo com a Rádio Latina, foi a eleição da lusodescendente Liz Braz, candidata pelos socialistas. A jovem de 27 anos foi eleita pelo círculo eleitoral do sul, com 24.284 votos.
Num país onde o voto é obrigatório e a possibilidade de o eleitor poder votar antecipadamente está largamente disseminada, nas legislativas, a legislação eleitoral luxemburguesa apenas permite o voto aos cidadãos nacionais, embora admita a dupla cidadania.
Ainda segundo a Rádio Latina, em 01 de janeiro deste ano, estavam registados 18.055 luxemburgueses que também têm a nacionalidade portuguesa.
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