“Este ano processámos mil e tal [pedidos] de nacionalidade, já no período da quarentena, que estavam com algum atraso”, disse o cônsul-geral em Caracas, Licínio Bingre do Amaral.
Em declarações à agência Lusa, o diplomata explicou que “o consulado nunca deixou de funcionar”.
“Esteve, numa primeira fase, a trabalhar em ‘backoffice’, essencialmente, a finalizarmos processos que estavam a entrar, nomeadamente, processos de nacionalidade que estavam a ser preparados, e isso permitiu que fossem finalizados e que avançassem, que as pessoas já tivessem a nacionalidade portuguesa”, precisou.
Segundo Licínio Bingre do Amaral, o consulado tem respondido a “questões de emergência”, como “documentos de identificação, passaportes, procurações urgentes” de pessoas que tinham, por exemplo, “dado sinal para comprar um terreno ou uma casa e, se não fosse feita a procuração, perderiam esse sinal”.
“Nós sempre estivemos a funcionar por emergência, mediante marcação. Basicamente é só mandar um ‘e-mail’, para cgcaracas@mne.pt, dizer o que pretende e é feita a marcação”, declarou o diplomata, reconhecendo que devido às atuais restrições de circulação tem sido difícil para os utentes do interior do país chegar até ao consulado na capital venezuelana.
“Há muito controlo de segurança, barreiras policiais. Nalguns casos nós emitimos uma declaração, dizendo que vêm cá fazer um passaporte ou um cartão (de cidadão) e as pessoas têm conseguido chegar, mas houve outros casos em que, infelizmente, a polícia não os deixou passar”, referiu.
Segundo Licínio Bingre do Amaral, o consulado continuará aberto, mas, por razões de segurança, “não como era até há uns meses”.
“As pessoas têm de manter um distanciamento social e, portanto, o número de utentes é limitado, para que não esteja muita gente dentro do consulado. Há um protocolo de segurança que se tem de cumprir, que passa por tirar a temperatura, desinfetar (as mãos), os sapatos, mas está a ser ponderada a hipótese de colocar uma cabine de desinfeção à entrada”, adiantou.
Questionado sobre eventuais casos do novo coronavírus entre a comunidade portuguesa na Venezuela, o cônsul-geral explicou que houve “informação de um proprietário de uma padaria em Caracas, que ele e a família terão tido a covid-19”.
“Estiveram internados, mas, felizmente, não houve consequências maiores. Foi feito o tratamento e foi feita uma recuperação”, destacou.
O cônsul-geral disse ainda estar em contacto permanente com os clubes portugueses no país, alguns dos quais estão a aproveitar a quarentena para “fazer uma renovação das instalações”.
Na Venezuela estão confirmados 15.463 casos de pessoas infetadas e 142 mortes associadas ao novo coronavírus. Estão também dados como recuperados 9.746 pacientes.
O país está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.
Os voos nacionais e internacionais estão restringidos até 12 de agosto e a população impedida de circular entre as diversas regiões do país.
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