Na quarta-feira, numa reunião pública do executivo (liderado pelo PS), o vereador da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, Miguel Gaspar, anunciou a intenção da autarquia de converter 1.600 lugares de estacionamento para serem ocupados por bicicletas, trotinetes e motas.
Ouvido pela Lusa, o presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, mostrou-se descontente com a possibilidade.
“O vereador devia preocupar-se em criar mais lugares à entrada de Lisboa e no centro da cidade em vez de substituí-los”, afirmou, considerando que “o número de lugares nos bairros de Lisboa está obsoleto para a quantidade de gente que lá vive”.
Os bairros residenciais têm sofrido mudanças e, na perspetiva do presidente do ACP (que é também deputado municipal, eleito pelo PSD), são precisos “cada vez mais lugares de estacionamento para quem lá vive e estas pessoas com certeza que não andam de trotinete”.
“Fizemos propostas para mais lugares na cidade há três meses e ainda não vimos nada”, disse.
Já o presidente Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB), José Caetano, concorda com a medida do executivo, reforçando que “a cidade é invadida por pessoas que vêm de fora”.
“As pessoas que querem entrar na cidade podem ter queixas face aos transportes públicos e as trotinetes e bicicletas são bem-vindas” como uma nova alternativa de mobilidade, frisou.
Na “guerra da mobilidade” há 30 anos, José Caetano referiu ainda que “o espaço público é de toda a gente”.
Na reunião pública de quarta-feira, o vereador da Mobilidade salientou ainda que atualmente existem cinco mil trotinetas na capital, sendo efetuadas 10 mil viagens diariamente.
O autarca acrescentou que Lisboa conta com sete operadores de trotinetas, que têm mais de 150.000 utilizadores e que já foram percorridos mais de um milhão de quilómetros.
Miguel Gaspar (PS) informou também que a autarquia tem como objetivo criar um lugar de estacionamento para bicicletas, trotinetas e motas por cada quarteirão.
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