“Perder esta oportunidade poria em causa a nossa última oportunidade para deter a mudança do clima. Não só seria imoral, como suicida”, defendeu Guterres num discurso perante o plenário da COP24, em que participam delegações de 197 países desde 3 de dezembro e até sexta-feira.
Para o secretário-geral da ONU, "fracassar em Katowice mandaria uma mensagem desastrosa àqueles que estão prontos para transitar para uma economia verde”.
“Isto pode parecer um apelo dramático porque é exatamente isso: Um apelo dramático”, sublinhou o antigo primeiro-ministro português, acrescentando que “a janela de oportunidade está a fechar-se”.
“As questões políticas chave continuam por resolver. Não é surpreendente. Estamos conscientes da complexidade do trabalho, mas estamos a ficar sem tempo”, afirmou.
Guterres instou a comunidade internacional a “encontrar terreno comum”, que permita “mostrar ao mundo” que os governos e as instituições multilaterais estão “a escutar” a cidadania e que se importam com a mudança do clima e as suas consequências.
O secretário-geral da ONU desafiou os representantes dos países a “cooperarem, acelerarem e concluírem trabalho” e a “elevarem a ambição em todas as frentes”, apesar de alguns compromissos pressuporem “duras decisões políticas”.
A COP24 é, segundo Guterres, a conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas mais importante desde a realizada em 2015, na qual se conseguiu alcançar o Acordo de Paris, que aposta em limitar o aquecimento global a 1,5 graus a cima dos valores da era pré-industrial.
A reunião de Katowice, acrescentou o secretário-geral da ONU, “deve ser o amanhecer de uma nova determinação para desenvolver a promessa do Acordo de Paris” e a “plataforma necessária” para reverter a tendência do aquecimento global.
Guterres referiu-se àqueles que na atualidade já estão a sofrer os efeitos das alterações climáticas que a comunidade internacional não soube travar com uma ação coordenada.
Mencionou também as gerações futuras, que sofrerão as consequências do aquecimento global: “Não nos perdoarão se o nosso legado para eles for uma alteração climática descontrolada”.
Para Guterres, a luta contra as alterações climáticas é “uma questão de vida ou de morte”.
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