“Este é o momento da verdade para o nosso planeta e é também o momento da verdade para os nossos filhos e netos”, disse, no decurso de uma sessão plenária da conferência, perante delegados de quase de 200 países.

O responsável admitiu que o mundo não cumpriu as promessas feitas quando da aprovação do Acordo de Paris sobre o clima, em 2015, mas acrescentou que o projeto de declaração final da COP26 reconhece isso e “apela a uma resposta”.

“Creio que o texto responde às expectativas e prioridades que nos transmitiram”, disse o presidente aos delegados dos 197 países reunidos na cidade escocesa de Glasgow.

Alok Sharma pediu para adiar a sessão plenária, para voltar a reunir-se dentro de algumas horas para aprovar o acordo, ainda que representantes de alguns países falem previamente.

O presidente da cimeira anunciou que o projeto de acordo está agora “limpo”, graças ao trabalho “inclusivo” das delegações, e deverá estar pronto para assinatura esta tarde.

Salientou que o texto serve para “manter o objetivo de 1,5 graus ao alcance”, “facilitar o aumento rápido do apoio à adaptação” e “elevar a importância das ´perdas e danos´ através de acordos institucionais”.

“Embora muitos peçam que esta resposta vá mais longe, este texto deu passos tangíveis e tem marcos claros para implementar o Acordo de Paris”, disse o britânico.

E acrescentou: “Imploro-vos que não pensem no que mais podem procurar, mas que pensem se o pacote é suficiente e se representa um equilíbrio justo”.

Por tudo isso, considerou que se chegou a “um momento crítico”, em que os representantes se devem reunir e encerrar a conferência.

Líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos estiveram até hoje reunidos em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.