Quando os países estão a comentar o último projeto de acordo para conter o aquecimento global, na sequência da reunião mundial que decorre em Glasgow, COP26, John Kerry considerou que o documento resultou de uma “boa negociação”, ainda que todos os países se sintam desconfortáveis com alguma parte do documento.

“Nem todos na vida pública… podem fazer escolhas de vida ou de morte. Nem toda a gente pode fazer escolhas que afetem realmente todo um planeta. Hoje somos privilegiados por fazermos exatamente isso”, disse.

Para o responsável norte-americano este é o momento de todos se unirem para as gerações futuras.

John Kerry afirmou também que as alterações climáticas são um tema que permite a países como os Estados Unidos e a China elevarem-se acima de desacordos sobre outros assuntos e se juntem para o bem comum.

O texto em discussão, disse, não é só o produto das negociações em Glasgow, nas últimas duas semanas. “Não são duas semanas, são meses, anos”, disse, pedindo que o texto fosse aprovado sem mais emendas e acrescentando: “O ótimo é inimigo do bom”.

Plenário final para aprovação de decisão convocado "muito brevemente"

O presidente da cimeira do clima da ONU (COP26) anunciou hoje à tarde que irá abrir o plenário formal para aprovação da declaração da COP26 em breve, desaconselhando que se mexa mais no texto.

Alok Sharma falou às delegações pelas 17:40, depois de mais de duas horas e meia de intervenções, afirmando que o plenário formal de conclusão da cimeira irá começar "muito brevemente" e pedindo aos delegados que não abandonem a sala.

"Chegou a hora de confrontar a nossa responsabilidade para com o nosso povo, com o mundo e com o planeta", declarou antes de anunciar um "pequeno intervalo" nos trabalhos que decorrem em Glasgow para depois "considerar e adotar o resultado do trabalho" de mais de duas semanas de negociações.

Após vários estados, como a China, Índia ou Irão terem pedido alterações no texto no sentido de mudar referências à necessidade de acabar com o uso de combustíveis fósseis, Alok Sharma desaconselhou mais mudanças, no mesmo sentido de muitas intervenções que reconheceram que o texto não é perfeito, mas que tem que ser aproveitado.

"Há um novelo verde fino à volta deste pacote equilibrado. Se algum de nós puxar com muita força algum fio, o novelo desfazer-se-á muito facilmente", ilustrou.

Líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos estiveram até hoje, durante duas semanas, reunidos em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

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