Referindo-se à conferência que terminou na madrugada de domingo em Sharm el-Sheikh, no Egito, a Quercus diz num comunicado divulgado hoje que a 27.ª cimeira da ONU (COP27) foi uma deceção, e critica mesmo o acordo alcançado sobre perdas e danos, um fundo para apoiar países pobres que tenham sido afetados por fenómenos climáticos resultantes das alterações climáticas.
O acordo “é obtido sem uma obrigatoriedade de contribuição pelos países mais poluentes, tornando esta contribuição voluntária. Isto isenta a um tempo as responsabilidades dos países com maiores pegadas ecológicas, como torna o próprio fundo dependente dos interesses políticos e económicos destes países”, diz a Quercus.
A associação diz que questões importantes como a produção de hidrogénio verde foram adiadas, a diminuição de emissão de gases com efeito de estufa (GEE) ficou por “meros apelos”, e a descarbonização de economias mais frágeis “ficou sem respostas”, o mesmo acontecendo com a diminuição do uso de gás natural.
Depois da COP27, será “bem mais difícil impedir o aumento das temperaturas médias em 1,5 ºC, mesmo que não tenham sito postos em causa os objetivos mínimos de restringir esse aquecimento em 2 ºC”, avisa a associação ambientalista.
Na conferência da ONU, que durou mais de duas semanas, foi aprovado um acordo para a criação de um fundo para financiar perdas e danos climáticos de países pobres e vulneráveis, uma ambição dos países do sul global e um dos temas mais importantes da conferência.
Mas não foram feitos avanços substanciais na redução de emissões de GEE, algo que nomeadamente o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o vice-presidente da União Europeia, Frans Timmermans, lamentaram.
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