Em comunicado, a Zero diz que de uma forma geral, o documento final abre caminho para o fim da era dos combustíveis fósseis, mas “não reflete a necessidade de financiamento necessária, nomeadamente na questão das perdas e danos e também no equilíbrio entre os esforços de mitigação e adaptação”.
A Zero destaca que o Balanço Global foi acolhido com satisfação “após a inclusão e reforço das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, em inglês), as fortes referências à ciência, além dos diversos elementos que serão a base para garantir um caminho do próximo balanço global”.
O documento, realça a Zero, inclui igualmente referências importantes sobre o “oceano, onde se reconhece a importância do restauro dos ecossistemas marinhos e das ações de mitigação e adaptação marinhas, reforçando o nexo Oceano-Clima”.
A associação considera que o texto não fala especificamente sobre a eliminação progressiva e mitigação dos combustíveis fósseis de uma forma que seja de facto “a mudança radical necessária”.
A Zero realça também que a linguagem do documento final apresenta uma “série de lacunas que podem ser usadas a favor de países que ainda não estão alinhados com a ação climática”, sublinhando que no parágrafo 26 do balanço global, “não é apresentado qualquer compromisso ou mesmo um convite para as Partes atingirem o pico de emissões até 2025”.
No entendimento da Zero, a posição de Portugal foi sólida, tendo desempenhado um papel ativo, incluindo a disponibilidade para coordenação política de temas em discussão, bem como a responsabilidade de ter uma presença física nos recintos através de um Pavilhão de Portugal.
“Portugal também precisa de não falhar em setores como os transportes cujas emissões têm estado em contramão, apostando nas renováveis mas de forma sustentável e não se distrair com soluções erradas como a exportação de hidrogénio verde”, realça a associação.
A Zero sublinha ainda que os próximos anos deverão ser de “reforço na cooperação internacional, esforços locais, regionais e nacionais para manter o 1,5.ºC vivo e por uma eliminação dos combustíveis fósseis completa, financiada, justa, rápida, feminista e para sempre”.
Os países reunidos na cimeira do clima aprovaram hoje "por consenso" uma decisão que apela a uma "transição" no sentido de abandonar os combustíveis fósseis, anunciou o presidente da COP28, no Dubai.
Trata-se de uma "decisão histórica para acelerar a ação climática", afirmou Sultan Al Jaber, presidente da conferência da ONU.
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