"Há dois casos [confirmados]", confirmou em conferência de imprensa, num primeiro momento, a ministra da Saúde francesa, Agnes Buzyn. No entanto, tinha alertado de que era possível existirem "outros casos".
A ministra esclareceu que se a França foi o primeiro país a detetar e, posteriormente, a confirmar positivamente um caso, deve-se ao facto de ter permitido que os casos suspeitos fossem rapidamente diagnosticados. "Temos de tratar uma epidemia como se tratasse dum fogo, ou seja, temos de encontrar o foco muito rapidamente. Identificámos positivamente os primeiros casos muito rápido", explicou.
Foi assim que, poucas horas depois da conferência de imprensa ter tido lugar, seria anunciado o terceiro caso. De acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde, citado pela agência France-Presse, este terceiro caso, um "parente próximo" de um dos outros dois diagnosticados, estava "sob investigação" e "acaba de ser confirmado". O ministério anunciou que para cada um dos casos diagnosticados foi iniciada uma "investigação epidemiológica".
Um dos pacientes, um homem de 48 anos, esteve na cidade chinesa de Wuhan — que se acredita ser o epicentro do vírus — antes de viajar para França na quarta-feira. O indivíduo encontra-se num quarto isolado, sem qualquer contacto com o exterior, num hospital na cidade de Bordéus. "Ele está bem", adiantou a ministra da saúde. Agnes Buzyn acrescentou ainda que o cidadão, de nacionalidade francesa, viajou para a China em trabalho e vive na cidade.
De acordo com o The Guardian, o homem esteve em contacto com 10 pessoas antes de começar a receber tratamento. Todavia, o autarca de Bordéus, Nicolas Florian, pediu aos habitantes da cidade para não terem receio do caso. "Não há um perigo imediato. A situação está controlada, no hospital. Não há necessidade para alarme, não há razão para entrar em pânico", disse à rádio France Blue.
800 pessoas infetadas
No território continental chinês há registo de mais de 800 pessoas infetadas e cerca de 1.000 casos suspeitos, tendo sido detetados outros casos em Macau, Tailândia, Taiwan, Hong Kong, Coreia do Sul, Japão e Estados Unidos.
As autoridades chinesas consideram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus e colocaram em quarentena, impedindo entradas e saídas, três cidades onde vivem mais de 18 milhões de pessoas — Wuhan, a as vizinhas Huanggang e Ezhou.
Os primeiros casos do vírus “2019 – nCoV” apareceram em meados de dezembro na cidade chinesa de Wuhan, capital e maior cidade da província de Hubei, no centro da China, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral.
Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.
Este novo vírus já provocou a morte a pelo menos 26 pessoas.
As autoridades chinesas consideram que o país está no ponto "mais crítico" no que toca à prevenção e controlo do vírus e colocaram em quarentena, impedindo entradas e saídas, três cidades onde vivem mais de 18 milhões de pessoas — Wuhan, e as vizinhas Huanggang e Ezhou.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde anunciou a ativação dos dispositivos de saúde pública de prevenção, enquanto o Centro Europeu de Controlo de Doenças elevou para ‘moderado’ o risco de contágio na União Europeia, continuando a monitorizar a situação e a realizar avaliações rápidas de risco.
O comité de emergência da Organização Mundial de Saúde, reunido na terça e quarta-feira, em Genebra, na Suíça, optou por não declarar emergência de saúde pública internacional, receando que seja demasiado cedo, embora reconheça que há esse risco.
(Notícia atualizada às 23:01)
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