“Desta vez, só apresentámos com o cheque à vista para, precisamente, não haver mais problemas”, respondeu António Costa, depois de questionado pelos jornalistas sobre os sucessivos adiamentos do projeto nos últimos anos.
O chefe do Governo falava no final da sessão de apresentação do projeto de financiamento do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, que decorreu no edifício da atual unidade hospital alentejana.
Na sua intervenção, António Costa disse que, apesar de o Governo estar agora a lançar a nova unidade hospitalar, ao longo dos últimos três anos, “só nestas instalações, já foram investidos 9,6 milhões de euros”.
“Isto não resolveu os problemas, porque, como vemos, continuamos a necessitar do novo hospital”, assinalou, considerando que este facto “demonstra bem como o esforço que é feito nem sempre é percebido” e que “nem sempre aquilo que é percebido corresponde efetivamente à realidade”.
“Aquilo que todos sabemos é que não devemos voltar ao ano de 2012 e voltar a andar para trás e parar o que está a andar. Por isso, temos que conduzir esta legislatura, as próximas e cada ano da nossa vida de forma a conseguirmos a compatibilizar todo este esforço nas diferentes componentes”, acrescentou.
O primeiro-ministro explicou que o projeto de financiamento do novo hospital só foi apresentado agora porque houve a necessidade de “aguardar por 2018″, ano em que “era possível fazer a renegociação da reprogramação dos fundos”.
O programa “Portugal 2020 não previa o financiamento para a construção deste hospital”, indicou António Costa, referindo que a reprogramação, concluída em dezembro, permitiu “pegar nos fundos que tinham outros objetivos e alocá-los a este objetivo”.
Na sessão, a presidente do conselho de administração do atual Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), Filomena Mendes, revelou que o concurso para a empreitada será lançado até maio deste ano, devendo o novo hospital começar a funcionar até dezembro de 2023.
A empreitada vai contar com apoio de fundos comunitários do programa Portugal 2020, através de apoios do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no valor de 40 milhões de euros.
O novo hospital, que será construído na periferia de Évora, vai ter um edifício que ocupará uma área de 1,9 hectares e que terá uma lotação de 351 camas em quartos individuais, que pode ser aumentada, em caso de necessidade, até 487 camas.
A futura unidade hospital vai dar resposta às necessidades de toda a população do Alentejo, com uma área de influência de primeira linha que abrange cerca de 200 mil pessoas e, numa segunda linha, mais de 500 mil pessoas.
A infraestrutura contará com 11 salas operatórias, das quais três para atividade convencional, seis para atividade de ambulatório e duas para atividade de urgência, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro.
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