“Assegurei-lhe o firme compromisso da UE em apoiar a estabilidade e a segurança do país. O melhor caminho a seguir é progredir na agenda da UE”, destacou o político português, numa mensagem na rede social X sobre um telefonema onde foram discutidos “os acontecimentos preocupantes” na Bósnia-Herzegovina.

Para António Costa, os líderes do país dos Balcãs “têm um papel crucial a desempenhar na implementação das reformas necessárias e na redução das tensões”.

Também a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, destacou na terça-feira, durante uma visita a Sarajevo, que o organismo comunitário “não aceitará qualquer ameaça à integridade territorial, à soberania e à ordem constitucional da Bósnia-Herzegovina”.

O país dos Balcãs está à beira de uma crise há várias semanas, precipitada pelas ações secessionistas do líder sérvio do país, Milorad Dodik.

Desde o fim da guerra na Bósnia (1992-1995), o país foi dividido em duas entidades autónomas, a RS e a Federação croata-bósnia, ligadas por instituições centrais, reforçadas durante vários anos após o conflito e agora questionadas por Dodik.

Condenado a um ano de prisão e procurado pela justiça no âmbito de uma nova investigação por ameaça à ordem constitucional, o presidente da Republika Srpska (RS) está a contestar a autoridade da justiça central e da polícia e recusa-se a responder às intimações dos juízes.

A sua detenção pode inflamar a entidade sérvia de que é presidente e minar o frágil equilíbrio da Bósnia.

Enquanto a Alemanha e a Áustria impuseram sanções a Dodik, a Croácia já alertou que não acredita que sejam possíveis sanções a nível europeu.

“As autoridades da República Sérvia estão a minar a ordem legal e institucional e a ameaçar a liberdade de todos os cidadãos” do país, acrescentou a diplomata estoniana, numa visita à base da força europeia Eufor-Althea.

“Os cidadãos da Bósnia-Herzegovina não merecem nada menos do que paz, estabilidade e prosperidade”, o que garante “o progresso no caminho europeu”, acrescentou.

A Bósnia é candidata à adesão à UE, mas a situação política está a impedir a adoção das leis necessárias para a abertura das negociações.

“Não há atalhos para a adesão à UE; mas a porta está aberta para a Bósnia-Herzegovina”, garantiu Kallas, “mas isso requer uma forte vontade política e esforços coletivos”.