Em resposta a perguntas dos jornalistas, na Praça do Município, em Lisboa, após a intervenção do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, na cerimónia comemorativa dos 112 anos da Implantação da República, o primeiro-ministro salientou as diferentes funções dos responsáveis políticos.
"O senhor Presidente da República é naturalmente o Presidente de todos os portugueses, é a voz dos portugueses que não têm voz e, portanto, naturalmente deve expressar aquilo que é em cada momento o sentimento do país, o sentimento da nação", disse.
"Nós não falamos. Nós agimos, fazemos, resolvemos. É essa a função fundamental do Governo", contrapôs António Costa.
Segundo o primeiro-ministro, o Governo está "bem atento ao que acontece no país, ao que acontece no mundo", e preocupado em, "tendo em conta a conjuntura, adotar um conjunto de políticas que reforcem a confiança".
"Escutando a voz dos portugueses, a nós compete-nos o que não compete a mais ninguém, que é encontrar soluções para resolver os problemas", acrescentou António Costa.
Quanto ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que também discursou nesta cerimónia do 05 de Outubro pedindo "audácia para superar a estagnação", o primeiro-ministro circunscreveu o seu espaço de intervenção dizendo que "fala naturalmente para os lisboetas".
Na sua intervenção, o Presidente da República recuou ao Portugal de há cem anos, também a sofrer os efeitos de uma pandemia e da guerra, para alertar para o perigo das ditaduras e pedir avanços na democracia, onde considerou que "existe caminho para todos".
O primeiro-ministro e secretário-geral do PS considerou que "foi muito importante para o país" o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, que no seu entender quis "sinalizar como, não obstante os tempos de enorme incerteza", Portugal está agora "numa situação que não tem comparação com há cem anos".
No mesmo sentido, o secretário-geral adjunto do PS, João Torres, defendeu que o estado da democracia portuguesa "é muito maduro" e que "essa foi uma dimensão que o senhor Presidente da República muito bem assinalou, em contraste, aliás, com uma realidade que existia há cem anos".
"Convivemos bem com o exercício dos poderes democráticos, nas suas diferentes expressões, nas suas diferentes manifestações, quer por parte de quem exerce responsabilidades governativas, quer também por parte de quem exerce responsabilidades na oposição", acrescentou.
João Torres concordou que a democracia "tem também uma dimensão económica e social cada vez mais vincada" e assegurou que os socialistas continuarão "a trabalhar todos os dias" para isso, "com base nos valores da liberdade, da igualdade e da justiça social".
"Nós consideramos no PS que a República é o sistema de Governo que melhor protege, que melhor salvaguarda e que melhor promove um valor fundamental para o PS, que é o valor da igualdade", salientou.
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