Em conferência de imprensa, Ana Cristina Guerreiro adiantou que o Algarve tem 620 casos ativos, sendo o surto que “mais preocupa” as autoridades o que está relacionado com 60 casos detetados na comunidade cigana, contabilizados até às 00:00 de quarta-feira.
“Estamos a fazer muitos testes, muitas centenas de testes, para conseguir tomar as nossas decisões e as medidas mais corretas, que começam sempre pelo isolamento profilático, e já temos bastantes cidadãos destes grupos [da comunidade cigana] em isolamento profilático”, revelou.
Na conferência de imprensa quinzenal da Comissão Distrital de Proteção Civil, aquela responsável adiantou que, embora “mais concentrado” em Portimão e Albufeira, o surto na comunidade cigana pode vir a “abranger outros municípios em breve”.
Questionada pelos jornalistas sobre a origem do surto, a delegada regional de Saúde afirmou que a “linha de investigação” aponta para que o contágio se tenha disseminado através de um pastor que fez várias celebrações religiosas na região.
Admitindo que o Algarve “acompanha a tendência do país” no aumento do número da casos, Ana Cristina Guerreiro adiantou que há 16 doentes internados, quatro dos quais em cuidados intensivos.
Um total de 1.508 pessoas está em vigilância ativa, naquele que é “o maior número de sempre”, acrescentou. Do total dos 1.690 casos já confirmados, 1.066 estão recuperados, tendo sido registados 21 óbitos.
No que respeita a lares de idosos, há três instituições com casos positivos, em Quarteira, Olhão e Tavira, sendo que nas duas primeiras existe apenas “um residente infetado” em cada uma, ambos internados no hospital de Faro.
Como os funcionários estão “isolados em casa”, estas duas instituições “estão isentas de covid-19”, ou seja, não têm, neste momento, qualquer caso entre os residentes que lá permanecem.
Em Tavira, o lar em causa foi “todo testado”, tendo os cinco funcionários positivos sido colocados em casa, e, dos 15 residentes infetados, “dois estão no hospital de Faro e os restantes na instituição”.
“Neste caso é um lar com uma estrutura de grandes dimensões, que preparou o plano de contingência e não há qualquer comunicação entre os positivos e negativos e quem para eles trabalha”, afirmou Ana Cristina Guerreiro, mostrando-se “confiante na evolução da situação”.
Em relação às escolas, existem “11 alunos e seis funcionários infetados” em todos os níveis de ensino “desde a creche à secundária” em Portimão, Vila Real de Santo António, Tavira, Loulé, Castro Marim, Olhão e Faro.
A responsável informou que os contágios aconteceram “em contextos familiares, na vida pessoal”, mas ao serem detetados obrigaram a acionar as indicações da Direção-Geral da Saúde (DGS), colocando “as turmas em casa”.
O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve revelou existirem na região “14 profissionais de saúde infetados” nos hospitais de Faro, de Portimão e “numa entidade privada”, sendo o “surto maior” em Faro, com sete infetados.
Há ainda 33 outros profissionais “em isolamento profilático”, sublinhou Paulo Morgado, notando não ter havido “o encerramento de qualquer serviço, quer em Faro ou Portimão”.
O responsável adiantou, ainda, existir uma relação do surto do hospital de Faro com o de Beja já que há um profissional que trabalha nas duas instituições, mas assegurou que as autoridades seguem “com atenção” a situação, que “parece estar contida”.
O Presidente da ARS/Algarve revelou também que a capacidade de testagem no Laboratório Regional de Saúde Pública Laura Ayres “vai ser aumentada”, com a “instalação de novo equipamento” que irá permitir “ultrapassar a barreiras dos 100 testes por dia”.
Adiantou, também, que se iniciou a vacinação da gripe nos hospitais, centros de saúde e nos lares, numa primeira fase dirigida aos “profissionais e residentes dos lares”, assim como na rede de cuidados continuados integrados.
O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Faro, aproveitou a ocasião e o aumento dos números na região para alertar para a necessidade do cumprimento das indicações da DGS, nomeadamente aos alunos.
“Se não cumprirem as indicações podem colocar em causa a saúde dos vossos avós” argumentou António Pina.
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