Em causa estão trabalhadores que operam nos armazéns da Sonae DHL Suplly Chain, situados na área Plaza 1 da Plataforma Logística de Azambuja, no distrito de Lisboa.
Em declarações à agência Lusa, o sindicalista Ricardo Mendes, do CESP, explicou que nesta área localizam-se, igualmente, os armazéns da Fashion Division e Maxmat, empresas que também integram o grupo Sonae, num universo total de cerca de 500 trabalhadores.
A poucos metros de distância fica localizada a denominada Plaza 2 onde fica situada a empresa Worten.
Também na plataforma logística de Azambuja fica situada a empresa Sonae MC (Modelo e Continente), que já testou todos os seus 800 trabalhadores.
“Desde março que o CESP defende que as empresas têm de colocar o seu plano de contingência em marcha e ir mais além nas medidas. Devem seguir o exemplo da Sonae MC que tomou medidas e não regista mais casos”, sublinhou.
Entre essas medidas está a testagem de todos os trabalhadores, o desfasamento de horários e o reforço da limpeza e higienização dos armazéns.
“Ao primeiro caso suspeito ou confirmado, a empresa tem de testar imediatamente todos os trabalhadores”, defendeu.
Entretanto, os trabalhadores da Sonae decidiram esta tarde que vão avançar para uma greve parcial, entre os dias 22 e 26 de junho, caso a administração da Sonae não garanta as condições de segurança e não responda a um caderno reivindicativo.
Além das condições de segurança, os trabalhadores defendem aumentos salariais, horários mais regulados e a reposição das pausas para pequeno-almoço e lanche.
A Lusa contactou fonte da Sonae para obter um esclarecimento, mas, até ao momento, não teve resposta.
Por seu turno, hoje, durante a conferência de imprensa diária de acompanhamento da pandemia, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que o surto de covid-19 em Azambuja está em fase de resolução.
A Sonae foi a segunda empresa da Plataforma Logística de Azambuja onde foi detetado um número significativo de casos da covid-19.
No dia 02 de maio, a empresa de produtos alimentares Avipronto fechou provisoriamente depois de terem sido detetados 38 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus entre os funcionários.
Após os 300 funcionários da empresa serem testados, foram detetados 101 casos positivos.
Entretanto, a empresa retomou no dia 11 a laboração com cerca de 30 trabalhadores, divididos em dois turnos.
Na zona industrial Vila Nova da Rainha/Azambuja operam cerca de 230 empresas empregando um total aproximado de 8.500 trabalhadores, muitos dos quais utilizam o comboio.
Portugal contabiliza pelo menos 1.492 mortos associados à covid-19 em 35.306 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da DGS.
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