E é preciso que desta vez não se deixem doentes para trás, porque Portugal “não tem um Ministério Covid-19, tem um Ministério da Saúde”, declarou.
Alexandre Lourenço falava à Lusa a propósito do número recorde de novas infeções de covid-19, 2.072 casos de terça-feira para hoje, o número mais elevado desde o início da pandemia.
O responsável tem vindo a insistir que é preciso criar “uma rede global de resposta à pandemia”, que permita ativações de acordo com as necessidades.
Essa rede permitiria que não fossem deixados por tratar outros casos não covid-19, disse, lembrando que a pandemia impediu, por exemplo, sete milhões de contactos nos cuidados de saúde primários, além de 100 mil cirurgias. E não se sabe que repercussões isso terá, porque essa investigação ainda não foi feita, disse.
O responsável insistiu que é preciso que o Governo se deixe de intenções e que comece a agir desde já e que invista na coordenação entre hospitais, e que estes estejam ligados na gestão de camas.
“Não faz sentido que os hospitais individualmente estejam a sofrer com a pandemia. Faz sentido diluir a resposta à covid-19 por hospitais de cada região, faz sentido diluir esta pressão sobre os hospitais”, disse à Lusa, acrescentando que é preciso “criar estruturas de retaguarda” agora e não anunciar intenções de as criar.
Alexandre Lourenço lembrou que Portugal nem está ainda no período das infeções respiratórias e da gripe e questionou onde se vão tratar esses doentes e como se vai impedir o grande afluxo às urgências.
Portanto, resumiu, “há um conjunto de medidas que é preciso implementar, e não anunciar”, porque sabia-se que este aumento de casos de covi-19 ia acontecer e é preciso criar “mecanismos de antecipação” e de “medidas no terreno”. E a situação, avisou, é “de elevada gravidade”.
Com mais 2.072 casos e sete mortes nas últimas 24 horas, Portugal tem agora um total de 2.117 mortes e 91.193 casos de infeção, desde o início da pandemia.
A nível mundial a doença já provocou mais de um milhão e oitenta e sete mil mortos e mais de 38,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
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