“A falta de resposta dos centros de saúde está a resultar numa afluência brutal aos hospitais. Já pedimos à ARS [Norte] para alargar os horários até às 23:00. Achamos que, no mínimo, seria um modelo para experimentar. Nem todos os utentes sabem como agir numa situação destas e então recorrem logo às urgências [dos hospitais]. Nem tudo [nos centros de saúde] pode ser ‘online’”, defendeu Eduardo Vítor Rodrigues.
O autarca, que falava aos jornalistas à margem de uma reunião camarária, revelou que fez o pedido à ARS-N na sexta-feira e aguarda resposta.
Defendendo um modelo de atendimento em centros de saúde semelhante a um serviço de ambulatório, Eduardo Vítor Rodrigues frisou que “as autarquias já estão a fazer a sua parte” ao terem “desobstruído” os centros de saúde da toma da vacina da gripe, lembrando o protocolo assinado com a Associação Nacional de Farmácias (ANF), ao qual outras autarquias também já aderiram.
Em causa a toma da vacina por pessoas com 65 ou mais anos nas farmácias comunitárias.
Para esta faixa etária, a vacina para a gripe sazonal é gratuita, contudo, o custo de ministrá-la numa farmácia é neste momento de 2,5 euros, valor que algumas autarquias se comprometem a cobrir.
“Precisamos de ter menos gente nos hospitais”, sublinhou o autarca que também revelou estar a analisar com o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) a reabertura do “Hospital Positivo covid-19” na hospedaria do Parque Biológico.
Em causa está uma estrutura que esteve ativa no primeiro pico da pandemia do novo coronavírus para receber doentes assintomáticos que não têm retaguarda ou condições em casa ou nas instituições onde habitam, mas já podem ter alta hospitalar.
Ao CHVNG/E caberá prestar o apoio médico.
Quanto ao espaço, esse tem 18 quartos, alguns deles duplos, o que permite alojar pessoas do esmo agregado familiar.
“Se for decidido reabrir o ‘Hospital Positivo’ no Parque Biológico, não hesitaremos, mas essa indicação cabe ao hospital que está a gerir tudo o que é a parte clínica desta pandemia e a dar uma resposta incrível. Se for decidido reabrir”, disse o autarca.
Eduardo Vítor Rodrigues avançou que a reabertura for decidida, o Parque Biológico de Gaia manter-se-á aberto para visitantes, mas com “todos os circuitos definidos e todas as divisórias consideradas necessárias para manter a segurança”.
“Voltar a fechar o parque seria contraditório quando se pede às pessoas que evitem espaços fechados e privilegiem atividades de ar livre. Mas tudo com regras”, frisou Eduardo Vítor Rodrigues.
Já durante a reunião camarária, o autarca socialista revelou que “a câmara já sentiu uma redução nas receitas na ordem dos cinco milhões de euros devido à pandemia da covid-19”.
O concelho de Vila Nova de Gaia, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção Geral da Saúde (DGS) publicado hoje, regista 2.888 casos de infeção.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos no mundo desde dezembro do ano passado, incluindo 2.198 em Portugal.
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