"A operacionalização desta nova estratégia está a ser delineada pelo Ministério da Saúde e outras áreas governativas", informou o gabinete da ministra Marta Temido, depois de questionado sobre a redução acentuada no número de testes diários à covid-19 na última semana em Portugal, em contraciclo com a nova estratégia de testagem.
Desde 12 de fevereiro, o dia seguinte à publicação da norma da DGS que alargou a testagem ao SARS-CoV-2 a todos os contactos de casos positivos, incluindo os de baixo risco, em que se realizaram 38.551 testes, até 16 de fevereiro, quando foram feitos 29.495 testes, houve uma quebra significativa, superior a 9.000 testes. Os dados disponibilizados pela DGS mostram que estes números estão muito longe do pico de 76.965 testes, que foi alcançado a 22 de janeiro.
Contactado pela Lusa, o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública (ANMSP), Ricardo Mexia, considerou que, "se o objetivo da nova estratégia é aumentar o número de testagens, tal ainda não se materializou", tendo ainda relacionado a redução do número de testes feitos neste período com a diminuição do número de incidências.
"Na prática, sabemos que o número de testes é feito em função dos casos suspeitos. Quando temos menor incidência, é natural que haja menos testes", assinalou, realçando a importância dos dados sobre a positividade para esta equação.
Ricardo Mexia acrescentou que, apesar do encerramento das escolas e de vários setores no atual confinamento, há ainda "muitas atividades a decorrer", pelo que as autoridades têm que "maximizar a capacidade de testagem" para corresponder ao objetivo da nova estratégia.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.430.693 mortos no mundo, resultantes de mais de 109,8 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 15.754 pessoas dos 792.829 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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