“Eu sou fortemente a favor da vacinação”, começou por dizer Graça Freitas durante a conferência de imprensa no Ministério da Saúde, acrescentando que para assumir essa posição quanto à vacinação de crianças contra a covid-19 é preciso avaliar muito bem os riscos e benefícios.
Por isso, antes de tomar qualquer decisão, a Direção-Geral da Saúde vai aguardar o parecer da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês), o qual deverá ser conhecido na quinta-feira.
Mas não é totalmente certo que as autoridades de saúde portuguesas acompanhem a decisão do regulador europeu, acrescentou Graça Freitas, explicando que depois de conhecer a posição da EMA, a comissão técnica para a vacinação vai ainda analisar o resumo das características do medicamento e os dados referentes aos ensaios clínicos.
“Vamos por etapas: se a EMA considerar que a relação benefício-risco da vacina é positiva, se a comissão técnica de vacinação der um parecer positivo, e atendendo que há uma formulação pediátrica adaptada às crianças, a diretora-geral da Saúde ficaria muito satisfeita se pudesse anunciar a vacinação contra a covid-19 para crianças entre os 5 e 11 anos de idade”, disse Graça Freitas.
Questionada se haveria algum fator a atrasar a decisão das autoridades de saúde portuguesas, Graça Freitas assegurou que este processo não resulta de qualquer impedimento.
“É o tempo normal para que as pessoas da ciência, das boas práticas e da evidência [provas] possam ver os documentos, os ensaios clínicos, e juntar isso ao que já sabem sobre esta vacinação pediátrica e os dados que já existem de outros países”, explicou.
A EMA anunciou a 18 de outubro que começaria a avaliar a administração da vacina Comirnaty, da farmacêutica Pfizer/BioNTech (atualmente autorizada em pessoas com 12 ou mais anos), em crianças entre os 5 e os 11 anos.
A generalidade dos países tem optado por não vacinar as crianças antes dos 12 anos, mas há exceções, como a China, Estados Unidos, Canadá. Na Europa, duas centenas de crianças com idades entre os 5 e os 11 anos começaram a ser vacinadas em Viena, capital da Áustria, como parte de um projeto-piloto, mas o alargamento à escala nacional está dependente da luz verde da agência europeia.
A covid-19 provocou pelo menos 5.165.289 mortes em todo o mundo, entre mais de 258,29 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
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