A vice-presidente da instituição, Bruna Gouveia, disse, em videoconferência, que os doentes têm idades compreendidas entre os 10 e os 19 anos (Porto Santo) e os 30 e 39 anos (Funchal).
No caso do Porto Santo, a transmissão da covid-19 foi local, através de contacto com um doente já referenciado, elevando para dois o número de infetados naquela ilha.
No Funchal, trata-se de um madeirense que regressou recentemente de uma viagem aos Estados Unidos da América.
Do total de 42 casos confirmados da Região Autónoma da Madeira, 26 foram importados e apenas um doente permanece na unidade dedicada à covid-19 no Hospital Central do Funchal.
"Todos os restantes apresentam sintomas ligeiros e estão em isolamento no seu domicílio ou então em alojamento dedicado [hotéis requisitados pelo governo]", afirmou Bruna Gouveia.
O IASAÚDE reportou também 728 pessoas em vigilância ativa, entre as quais seis profissionais de saúde, e 1.699 em vigilância passiva.
Nos Açores
O número de casos confirmados da covid-19 nos Açores aumentou hoje para 49, com um novo resultado positivo no concelho da Povoação, na ilha de São Miguel, que está desde domingo em cordão sanitário.
A Autoridade de Saúde Regional dos Açores tinha divulgado, em comunicado de imprensa, ao final da manhã, a existência de apenas um novo caso positivo na região, um homem com 57 anos, com "história de viagem recente ao exterior”, mas na conferência de imprensa diária o responsável pela entidade acrescentou um segundo caso, um homem, de 60 anos, do concelho da Povoação.
Segundo o responsável da Autoridade de Saúde Regional, o homem integra uma das duas cadeias de transmissão local ativas no concelho, mas não se verificou até ao momento transmissão secundária.
“Tivemos boas notícias relativamente ao trabalho que temos feitos no concelho da Povoação e neste caso concreto das duas cadeias de transmissão que foram detetadas. Este caso positivo que efetivamente foi hoje diagnosticado pertence a uma destas cadeias de transmissão, mas a boa informação que nós temos é que já era expectável, portanto não configura um caso positivo que origine uma cadeia de transmissão secundária”, avançou.
Tiago Lopes reiterou que o objetivo da implementação de um cordão sanitário no concelho foi dar condições às autoridades de saúde para melhor conhecerem a forma como se originaram as duas cadeiras de transmissão e a possível disseminação e propagação do novo coronavírus no local, mas salientou que os profissionais de saúde já estavam “prestes a descobrir a origem deste foco”.
“Neste momento, com os resultados negativos que já tivemos, não temos evidência de que existe uma cadeia de transmissão secundária. Estará ali circunscrito a dois grupos de cidadãos residentes no concelho. O que vamos tentar aprofundar, com os casos que temos neste momento em mãos e que se encontram para recolha de amostra biológica e para análise laboratorial, será mais no sentido de descobrirmos o foco, como se costuma dizer o paciente zero”, afirmou.
Sem divulgar o número de testes feitos no concelho da Povoação (na ilha de São Miguel foram feitos 75 testes até às 00:00 de hoje e 22 aguardam recolha de amostras ou resultados), o responsável da Autoridade de Saúde Regional ressalvou que a propagação do novo coronavírus naquele concelho ainda estava em apreciação.
“Estes resultados são animadores, mas não podemos cair na ilusão de que estará tudo sob controlo. Temos ainda pessoas a procederem à recolha de amostras biológicas, irão ser testadas também no dia de hoje e de amanhã e eventualmente iremos proceder a mais testes, decorrente dos resultados que obtivermos no dia posterior”, frisou.
Quanto à ilha do Pico, Tiago Lopes disse que a cadeia de transmissão local detetada está “confinada” e “nada indica que exista uma cadeia de transmissão secundária ou até mesmo uma outra cadeia de transmissão”.
O novo caso confirmado hoje não está relacionado com a cadeia de transmissão existente. O utente, que tinha "história de viagem recente ao exterior”, estava já em vigilância ativa e a cumprir quarentena, mas só foi testado quando apresentou sintomas da covid-19.
Segundo o responsável da Autoridade de Saúde Regional foram realizadas cerca de duas dezenas de testes a contactos próximos dos casos confirmados da cadeia de transmissão e todos tiveram resultado negativo, mas manter-se-ão em quarentena.
Alguns destes contactos próximos eram profissionais da unidade de saúde de ilha, mas o conselho de administração está ainda a avaliar impacto destas quarentenas no funcionamento dos centros de saúde.
Tiago Lopes admitiu a necessidade de haver uma redistribuição de profissionais pelos três centros de saúde da ilha e não colocou de parte a hipótese de ter de encerrar alguns serviços de saúde.
“Se não houver [condições], alguns eventualmente vão ter de encerrar. Temos de compreender que o encerramento de serviços está sempre em cima da mesa, dependendo das situações que nós tivermos. A verdade é que as unidades de saúde de ilha já no trabalho de preparação, no âmbito dos seus planos de contingência, reduziram drasticamente o seu normal funcionamento”, salientou.
Os Açores têm atualmente 49 casos confirmados da covid-19 (19 em São Miguel, nove na Terceira, nove no Pico, sete em São Jorge e cinco no Faial), estando apenas 10 internados nos três hospitais da região, dois deles nos cuidados intensivos.
A Autoridade de Saúde Regional divulgou hoje pela primeira vez os dados divididos por concelho, sendo o de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, o que mais casos regista (12), seguindo-se Povoação (São Miguel), Praia da Vitória (Terceira), São Roque (Pico), Velas (São Jorge) e Horta (Faial), com cinco casos cada.
Estão ainda em vigilância ativa na região 2.051 pessoas e 38 aguardam por colheita de amostras ou resultados laboratoriais.
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