“Foi registado, até à meia-noite de dia 21 de junho, um total de 111 casos positivos para covid-19 associados ao ‘cluster’ da festa de Odiáxere, em Lagos”, que se realizou em 07 de junho, lê-se num comunicado divulgado pela ARS Algarve.

Aquela entidade destacou ainda que “entre estes casos encontram-se 19 crianças com idade igual ou inferior a nove anos”.

No comunicado, a ARS algarvia adianta que no Centro Hospitalar Universitário do Algarve – Hospital de Faro continuam duas pessoas internadas, com 27 e 39 anos de idade, não existindo registo de internamentos em cuidados intensivos no Algarve.

“Todos os restantes casos mantêm-se em isolamento domiciliário”, acrescenta.

Entre os casos positivos identificados, 74% são pessoas residentes no concelho de Lagos, 17 % em Portimão, 6% em Albufeira e 3% noutros concelhos do Algarve, indicou a entidade, acrescentando que “não há conhecimento de casos registados fora da região algarvia”.

A ARS Algarve afirma continuar a proceder “à identificação dos casos, ao seu isolamento e à identificação dos contactos” que cada caso pode ter tido neste período, com o objetivo de “quebrar cadeias de transmissão e impedir o desenvolvimento do vírus dentro da comunidade”.

Desde o início da identificação de casos referentes à festa de Lagos já foram realizados cerca de 2500 testes covid-19, indicou a ARS.

Com este surto, que se verifica após a realização da festa em Lagos, a ARS reforça a importância de se “ter um comportamento consciente e responsável, respeitando as normas atualmente em vigor no âmbito do estado de calamidade quanto a comportamentos sociais nomeadamente, a manutenção do distanciamento social, a utilização de máscara em locais fechados e evitar agrupamentos com mais de 20 pessoas”.

O Clube Desportivo de Odiáxere, em Lagos, onde foi realizada a festa ilegal, veio já pedir desculpas pela dimensão trágica que o acontecimento atingiu, assinalando que foi a direção que chamou as autoridades.

A ministra da Justiça pediu, na sexta-feira, à Procuradoria-Geral da República a intervenção do Ministério Publico para a "instauração de ações indemnizatórias contra os promotores" da festa ilegal em Odiáxere.

As autoridades de saúde do Algarve já tinham manifestado, em conferência de imprensa, a vontade de que fossem atribuídas responsabilidades aos organizadores do evento.

Na festa participaram pessoas de diferentes concelhos e de várias nacionalidades, havendo infetados entre pessoas da mesma família, incluindo crianças e, também, entre colegas de trabalho.

O surto originado por aquela festa já provocou a suspensão de visitas aos utentes em 24 equipamentos sociais do barlavento (oeste) algarvio, num total de 13 estruturas - entre lares de idosos, unidades de cuidados continuados, lares de jovens e de saúde mental -, situadas em oito concelhos.

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