O responsável da ACBA lembrou que o comércio naquela zona lisboeta “é composto, maioritariamente, por espaços pequenos, que nem por isso deixam de ter o seu ‘staff’ e grandes encargos”.
Hilário Castro considera que “o ‘lay-off’, ao qual muitas empresas da zona estão a recorrer, é até ao momento o único apoio”, pois as restantes medidas de apoio apresentadas pelo Governo “implicam endividamentos”.
“O resto [além do ‘lay-off’] são empréstimos e endividamentos, que no futuro vão ter que ser pagos, e não sabemos como vai ser o futuro. É irrealista traçar qualquer plano, neste momento a incerteza é grande”, afirmou.
Admitindo que a “preocupação é geral”, Hilário Castro considerou que “ninguém consegue garantir que no futuro os comerciantes vão ter receitas para fazer face aos compromissos assumidos”.
O presidente da ACBA referiu também que nas últimas semanas o “turismo acabou”, numa das zonas mais procuradas da cidade, tanto no comércio como no alojamento.
Hilário Castro considera que, “por agora, o importante é respeitar as ordens para ficar em casa”, admitindo que no futuro o trabalho do Turismo de Portugal será muito importante para aquele bairro lisboeta.
“O pós-crise será muito difícil, porque a crise é global. Esperamos que o Turismo de Portugal continue a promover bem a cidade, como tem feito até aqui”, disse.
Na quarta-feira, os comerciantes da Baixa de Lisboa avisaram que muitas lojas do centro histórico da capital vão fechar, por não terem acesso às linhas de crédito, devido a dívidas.
“É uma matéria que não tem sido debatida e que é grave, porque muitas empresas não têm acesso ao ‘lay-off’. Não são contempladas, porque basta ter algum atraso na Segurança Social ou no fisco”, afirmou o presidente da Associação de Valorização do Chiado (AVChiado), Victor Silva.
Em declarações à agência Lusa, o dirigente referiu que os comerciantes estão preocupados com os impactos da pandemia da covid-19 no comércio, acrescentando que as “Lojas Com História” serão as primeiras a entrar em rutura.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde 19 de março, devido à pandemia da covid-19, tendo a Assembleia da República aprovado hoje o seu prolongamento até 17 de abril.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 940 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 47 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 209 mortes, mais 22 do que na quarta-feira (+11,8%), e 9.034 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 783 em relação à véspera (+9,5%).
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