O líder do laboratório americano Pfizer, Albert Bourla, havia declarado no início de janeiro que o gigante farmacêutico poderia estar prestes a pedir autorização para uma nova vacina, que visa esta variante da covid-19.
Se os dados atuais indicam que as doses de reforço da vacina original protegem contra as formas graves de Ómicron, a empresa prefere agir por execesso de zelo, defendeu a responsável pelas vacinas na Pfizer, Kathrin Jansen, em comunicado.
“Reconhecemos a importância de estarmos preparados no caso de esta proteção diminuir com o tempo e de ajudar a enfrentar a Ómicron e outras variantes no futuro”, declarou.
Para o responsável pela empresa alemã BioNTech, Ugur Sahin, a proteção da vacina inicial contra as formas leves ou moderadas da covid-19 parece desaparecer mais rapidamente contra a Ómicron.
“Este estudo realiza-se no âmbito da nossa abordagem científica, que visa conceber vacinas direcionadas para as variantes, que consigam desenvolver níveis semelhantes de proteção face à Ómicron, como para as variantes que surgiram antes, mas com uma duração de proteção mais longa”, precisou.
O ensaio clínico abrange 1.420 pessoas, dos 18 aos 55 anos.
Os participantes no ensaio são divididos em três grupos.
O primeiro inclui pessoas que receberam duas doses da vacina da Pfizer-BioNTech, 90 a 180 dias antes, e que receberão uma ou duas injeções do novo soro testado.
O segundo grupo é composto por pessoas que receberam a terceira dose, ou reforço, no mesmo período e que receberão uma nova dose da vacina inicial ou uma dose da vacina projetada para a Ómicron.
O terceiro comporta pessoas que não receberam qualquer vacina contra a covid-19 e que receberão três doses da que visa especificamente a Ómicron.
A vacina inicial desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech foi a primeira autorizada nos países ocidentais, em dezembro de 2020.
A conceção, baseada na tecnologia ARN, permite-lhe ser relativamente fácil de modificar e atualizar para acompanhar a evolução das mutações específicas em novas variantes.
Vários países começaram a registar uma diminuição do número de casos da vaga provocada pela Ómicron, a variante mais transmissível detetada nesta fase, apesar de o número de contágios no mundo continuar a subir.
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