Depois de um estudo com 2.268 participantes, a Pfizer revelou hoje que a sua vacina contra a covid-19 é eficaz neste grupo etário e vai requerer autorização nos Estados Unidos para este grupo em breve, um avanço na vacinação de crianças.

Em comunicado, a Pfizer afirma que foi verificado "um perfil de segurança favorável e respostas robustas de anticorpos neutralizantes em crianças entre os 5 e os 11 anos de idade", a que foram administradas duas doses da vacina com 21 dias de intervalo. Contudo, a dose utilizada foi menor do que a usada para pessoas com 12 anos ou mais (um terço da quantidade de cada injeção atualmente administrada) — mas os dados relativos à imunidade são "consistentes" com os observados na aplicação da vacina "a outras populações mais velhas com uma dose mais alta".

Ao nível dos efeitos secundários, estes também foram "comparáveis" os registados nas restantes faixas etárias, como dor no braço, febre ou cansaço.

A vacina concebida pela Pfizer e o parceiro alemão BioNTech está já disponível para os adolescentes a partir dos 12 anos.

"Nos últimos nove meses, centenas de milhões de pessoas com 12 anos ou mais, em todo o mundo, receberam a nossa vacina contra a covid-19. Estamos ansiosos para estender a proteção conferida pela vacina a esta população mais jovem, sujeita à autorização regulatória", disse Albert Bourla, CEO da Pfizer, realçando o impacto da variante Delta no número de infeções também de crianças.

"Desde julho, os casos pediátricos de covid-19 aumentaram cerca de 240% nos Estados Unidos — o que enfatiza a necessidade de vacinação. Os resultados destes testes fornecem uma base sólida para a obtenção de autorização da nossa vacina para crianças de 5 a 11 anos de idade, e planeamos submetê-los ao FDA e outros reguladores com urgência", pode ler-se.

Enquanto as crianças estão em menor risco de doença severa ou morte, face às pessoas mais velhas, mais de cinco milhões de crianças nos EUA testaram positivo, desde o início da pandemia, e pelo menos 460 morreram, de acordo com a Academia Americana de Pediatria.

No início do mês, o dirigente da FDA Peter Marks disse à AP que quando a Pfizer concluísse os estudos, a agência avaliaria os dados, “em princípio numa questão de semanas”, para decidir se as injeções são seguras e suficientemente eficazes para crianças mais novas.

Muitos países ocidentais até agora não vacinaram crianças antes dos 12 anos, à espera de evidências do que será a dose certa e de que funcionará, com segurança, em porções mais reduzidas.

Mas, na semana passada, Cuba começou a imunizar crianças com 2 anos com as suas vacinas e o regulador chinês autorizou duas das suas marcas para crianças com menos de 2 anos.