Segundo o boletim, Portugal regista hoje 1.504 óbitos e 35.910 casos confirmados. Verificam-se também 22.002 recuperações.
Em comparação com os dados de quarta-feira, em que se registavam 1.497 mortes, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 0,46%. Já os casos e infeção subiram cerca de 0,9%.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado maior número de surtos (14.161), há mais 283 casos de infeção do que na quarta-feira (cerca de 2%).
Afinal não há surto em Arroios
O Ministério da Saúde admitiu hoje que houve "um lapso” e que a freguesia de Arroios não faz parte dos 13 focos de covid-19 registados na zona da grande Lisboa.
“Nós temos alguns surtos em alguns pontos que têm uma correspondência com um código postal e no caso de Arroios houve um lapso que já foi identificado e que naturalmente pedimos desculpa pelo facto”, afirmou hoje a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, durante a conferência.
Na quarta-feira a ministra da Saúde, Marta Temido, falou em 13 surtos preocupantes em Lisboa, Loures, Odivelas, Amadora e Sintra, referindo-se aos casos registados nas freguesias de Arroios, Santo António, Encosta do Sol, Queluz e Belas, Águas Livres, Agualva, Mira-Sintra, Mina d'Água e Rio de Mouro.
O aumento de casos registado nos últimos dias na região de Lisboa e Vale do Tejo levou o Governo a criar um Gabinete Regional de Intervenção para a Supressão da Covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, referiu que a dinâmica das epidemias está relacionada com a dinâmica das populações, explicando que a intensidade dos rastreios tem sempre em conta o contexto e a realidade que se vive no momento.
“A política de testagem deve ser orientada” tendo em conta os diferentes “momentos, contextos e situações de risco”, explicou Graça Freitas, quando questionada se estaria a haver uma testagem agressiva na zona de Lisboa em contraponto com outras regiões do país.
Sobre o anúncio da incidência de casos entre os profissionais da construção civil (10%), Graça Freitas disse que foram testados outros grupos, mas este foi o que se destacou.
Os restantes grupos deram uma percentagem de testes muito baixa, como foi o caso do registo de positivos em lares ou em agregados familiares, explicou Graça Freitas.
Arraiais em moldes diferentes
A diretora-geral da Saúde defendeu hoje que os arraiais dos Santos Populares se podem realizar mas em moldes diferentes dos outros anos, porque terão de cumprir as regras estabelecidas para minimizar a disseminação do novo coronavírus.
Durante a conferência de imprensa, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, afirmou que “nada impede que haja uma boa esplanada e que essa esplanada tenha música e que essa música seja acompanhada de um grelhador e de uma belas sardinhas”.
No entanto, sublinhou Graça Freitas, é preciso cumprir as regras de distanciamento: “É uma nova normalidade. As coisas podem fazer-se, mas com regras”.
A diretora-geral da Saúde referiu que, neste momento, já estão a funcionar “esplanadas ótimas, com muitas pessoas”, que cumprem as regras e por isso “o risco é mínimo”, mas também existem espaços onde “os riscos são demasiados”.
Na quarta-feira, a ministra da Presidência afirmou que as autoridades iriam garantir que não se iriam fazer arraiais e festas populares, mesmo que fossem promovidas informalmente por estabelecimentos com licença para funcionar.
Presente na conferência de imprensa da DGS de quarta-feira, Mariana Vieira da Silva salientou que "desconfinamento não significa normalidade" e lembrou que "festas populares e arraiais estão expressamente proibidos".
A justificação para esta proibição prende-se com "as regras de distanciamento social", que impedem a realização de festas, mesmo privadas, que "têm sido pontos problemáticos nas últimas semanas", disse a ministra.
Questionada hoje se os arraiais estão ou não proibidos, Graça Freitas respondeu: “Um café pode ter uma esplanada, uma esplanada pode ter um grelhador, o grelhador pode ter sardinhas, isso não impede as pessoas todas que observem as regras, que será um arraial diferente do arraial do ano passado”.
Intervenção especial "plenamente justificada"
A secretária de Estado Adjunta e Saúde, Jamila Madeira, considerou hoje que se encontra “plenamente justificada” a intervenção especial na região de Lisboa e Vale do Tejo, que regista 90% do número de doentes covid-19 em Portugal.
“Os números confirmam a tendência das últimas semanas em que cerca de 90% dos doentes pertencem à região de Lisboa e Vale do Tejo e estão localizados predominantemente em cinco concelhos de área metropolitana de Lisboa. Isto significa, como temos dito, que se encontra plenamente justificada a intervenção especial adotada relativamente a esta região e nomeadamente a estes concelhos que progressivamente temos vindo a explicar nestas conferências de imprensa diárias”, declarou a secretária de Estado Adjunta e da Saúde.
Jamila Madeira deixou uma nota apreço e de valorização do esforço e empenho que as autoridades locais estão a colocar na concretização do plano em curso, no acompanhamento e monitorização das situações junto das comunidades e na mobilização dos recursos.
“Nunca é demais frisar e enaltecer o papel das autoridades de saúde pública, bem como o papel decisivo dos autarcas e do poder local, seja das câmaras municipais ou das juntas da freguesia também nesta dimensão (…), o que nos permite nesta como em qualquer circunstância garantir a intervenção de proximidade da implementação das medidas e da sua plena efetividade”, declarou.
Segundo a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, os resultados que Portugal tem estado a alcançar nos últimos meses na resposta à pandemia deve-se também às autoridades locais.
“Estamos confiantes que também nas situações particulares que ainda são assinaladas na área metropolitana de Lisboa seremos capazes, com articulação que já temos no terreno e que todos os dias vimos a reforçar”.
Para os portugueses que estão a viajar nos dias feriados, Jamila Madeira apelou ao sentido cívico da população para que se mantenha o cumprimento das regras de distanciamento, proteção individual e higienização.
“A todos os que usufruem destes feriados para viajar e gozar alguns dias de merecido descanso com a família podemos dizer, aproveitem. Mas dizemos também que cabe a cada um de nós continuar a assumir nas nossas vidas esse mesmo sentido de responsabilidade cívica, que tivemos em momentos anteriores, e continuarmos agora em todos os momentos e contexto mantê-lo com disciplina e do cumprimento das regras de distanciamento, proteção individual e higienização. Solidariedade no trabalho por respostas sociais em rede, e assertividade nas ações de detenção e contenção”, afirmou.
Jamila Madeira reforçou que só mantendo essa disciplina é que será possível dar ao país a “confiança a tranquilidade possível” que para enfrentar a “exigente retoma económica que temos pela frente”.
“Quero reforçar uma vez mais o apelo que temos feito a todas as pessoas que respeitem as indicações das autoridades de saúde pública seja no respeito pelas medidas de prevenção e proteção, seja no respeito estrito pelas regras de isolamento. O sucesso da resposta do nosso país a esta crise passa também por este compromisso que todos devemos ter uns para com os outros. Provámos desde a primeira hora que fomos capazes de o fazer dentro e fora do estado de emergência e os dados do país estão aí para o comprovar”, disse ainda.
A região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) continua a concentrar mais de 90% dos casos diários de infeção de covid-19, registando 283 das 310 novas infeções reportadas, segundo a Direção-Geral da Saúde.
De acordo com o boletim da situação epidemiológica em Portugal, dos casos reportados nas últimas 24 horas, 91,2% registaram-se em LVT, região que na terça e na quarta-feira já tinha concentrado 92% das infeções, 78% das infeções na segunda-feira, 75% das infeções no domingo e 90% no sábado.
Dos 310 novos casos registados, LVT concentra 283, a região Norte 19, o Centro quatro, o Alentejo três e a Região Autónoma dos Açores voltou a registar um novo caso.
Em comparação com os dados de quarta-feira, LVT tem agora um total de 14.161 novos casos, a região Norte tem mais 19 casos, 6,1% dos novos infetados, para um total de 17.007, e o Centro tem quatro novos casos, representando 1,3% dos novos infetados, para um total de 3.841.
Lisboa continua a ser o concelho com mais casos, num total de 2.789, mais 38 do que na quarta-feira.
Também na Área Metropolitana de Lisboa (AML), Sintra, que é o segundo concelho com mais casos e contabiliza agora um total de 1.802, voltou a ultrapassar Lisboa na contagem diária de novas infeções, tendo sido reportadas mais 48.
Ainda na AML, Loures tem 1.352 casos (+21), a Amadora está com 1.152 (+21), Odivelas com 745 (+10), Cascais com 681 (+15), Oeiras com 530 (+9), Vila Franca de Xira permanece com 525 (não foram reportados novos casos desde quarta-feira), Almada com 488 (+7) e o Seixal com 480 (+7).
Não há crianças internadas em unidade de cuidados intensivos
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou hoje que há apenas duas crianças internadas e nenhuma em unidade de cuidados intensivos devido à covid-19.
Durante a conferência de imprensa diária de atualização de informação relativa à infeção pelo novo coronavírus (covid-19), Graça Freitas avançou com “uma notícia muito boa”: “Neste momento tenho duas crianças internadas e nenhuma está em unidade de cuidados intensivos e portanto é uma notícia que nos apraz muito dar. Este pequeno número de crianças que, neste momento, está internado e nenhuma está em cuidados intensivos”.
Estes valores dizem respeito à situação no Hospital Dona Estefânia, situado na cidade de Lisboa, uma vez que no norte não havia registo de internamentos pediátricos.
“Temos uma notícia muito boa para dar. Desde que começamos a ter internamentos pediátricos, e isto reporta-se ao sul do país, não temos nenhuma informação em contrário da região norte, por isso tomamos como bons os resultados do Hospital Dona Estefânia”, explicou.
Questionados sobre o número de profissionais de saúde infetados e internados, a secretária de Estado adjunta e da saúde, Jamila Madeira, remeteu a resposta para a conferência de sexta-feira.
Reforço de 504 milhões de euros na Saúde permite contratar mais profissionais até dezembro
O reforço de 504,4 milhões de euros para a saúde no Orçamento de Estado 2020 vai permitir contratar profissionais até dezembro e integrar os contratados na fase de estado de emergência, garantiu a secretária de Estado da Saúde.
“Prevemos, assim, a contratação de mais profissionais de saúde até dezembro, bem como a integração dos profissionais que foram contratados na fase de emergência. Ou seja, teremos um acréscimo de 4,5% face ao Orçamento aprovado para 2020”, declarou a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira.
Jamila Madeira considerou que com o reforço de verbas para a Saúde, Portugal vai ter “novamente” mais instrumentos para prosseguir o investimento naquele setor.
“Conforme anunciado pelo Plano Estabilização Económica e Social este investimento [504,4 milhões de euros], permitirá dar corpo aos objetivos prioritários que assumimos neste contexto de emergência de saúde pública, de recuperação da atividade assistencial, de reforço da resposta de medicina intensiva, de resposta da rede laboratorial, de valorização dos profissionais do SNS e da saúde pública e de reforço nas redes de sistemas de informação em saúde”, explicou a governante.
Jamila Madeira observou que apesar do “esforço de todos” para que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tenha cumprido a sua missão na resposta à pandemia, o Governo quer ir “mais longe”.
“Estamos a construir, pedra a pedra, empenhando os recursos do país e de todos nós neste que é um dos pilares da nossa democracia. Um SNS mais robusto, cada vez mais resiliente e apto a continuar a transmitir a confiança e segurança que os portugueses precisam e merecem para encarar o futuro”, concluiu.
O boletim em detalhe
A região Norte continua a registar o maior número de infeções, totalizando 17.007, seguida pela região de Lisboa e Vale do Tejo, com 14.161, da região Centro, com 3.841, do Algarve (391) e do Alentejo (277).
Os Açores registam 143 casos de covid-19 e a Madeira contabiliza 90 casos confirmados, de acordo com o relatório de situação epidemiológica em Portugal, com dados atualizados até às 24:00 de quarta-feira.
De acordo com os dados da DGS, a região Norte continua também a ser a que regista o maior número de mortos (810), seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo (417), do Centro (246), do Algarve e dos Açores (ambos com 15) e do Alentejo, que regista um óbito, adianta o relatório da situação epidemiológica.
A Região Autónoma da Madeira mantém-se sem registo de óbitos.
Os dados da Direção-Geral da Saúde indicam que 759 vítimas mortais são mulheres e 745 são homens.
Das mortes registadas, 1.016 tinham mais de 80 anos, 287 tinham entre 70 e 79 anos, 133 entre 60 e 69, 48 entre 50 e 59, e 17 entre 40 e 49.
Há ainda duas mortes registadas entre os 20 e os 29 anos e uma na faixa etária entre os 30 e os 39 anos.
A caracterização clínica dos casos confirmados indica que 415 doentes estão internados em hospitais, menos dois do que na terça-feira (-0,5%), dos quais 70 em Unidades de Cuidados Intensivos, o mesmo número do dia anterior.
De acordo com o relatório, o concelho de Lisboa é o que regista o maior número de casos de infeção pelo novo coronavírus (2.789), seguido por Sintra (1.802), Vila Nova de Gaia (1.592), Porto (1.414), Loures (1.352), Matosinhos (1.292), Braga (1.256) e Amadora (1.152).
Desde 01 de janeiro, registaram-se 345.495 casos suspeitos, dos quais 1.562 aguardam resultado dos testes.
Há 308.023 casos em que o resultado dos testes foi negativo, refere a DGS, adiantando que o número de doentes recuperados subiu para 22.002 21.742 (mais 260).
A DGS regista também 30.615 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Do total de infetados, 20.320 são mulheres e 15.590 são homens.
A faixa etária mais afetada pela doença é a dos 40 aos 49 anos (6.018), seguida da faixa dos 50 aos 59 anos (5.838) e das pessoas com idades entre os 30 e os 39 anos (5.613).
Há ainda 4.968 doentes entre os 20 e os 29 anos, 4.717 com mais de 80 anos, 3.831 entre os 60 e 69 anos, e 2.739 entre 70 e 79 anos.
A DGS regista igualmente 873 casos de crianças até aos nove anos e 1.287 jovens com idades entre os 10 e os 19 anos.
De acordo com a DGS, 39% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 29% febre, 21% dores musculares, 20% cefaleia, 15% fraqueza generalizada e 11% dificuldade respiratória.
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