Num requerimento dirigido à ministra da Saúde, Marta Temido, hoje divulgado, os sociais-democratas defendem que “informação de qualidade, assente em dados epidemiológicos fidedignos, rigorosos e atualizados” é essencial para a definição de políticas de saúde adequadas, para o trabalho da comunidade científica e para a consciencialização da população.
“Infelizmente, tal não tem vindo a suceder e uma das consequências tem sido o aumento do risco de tomada de decisões erradas, desadequadas, por vezes mesmo cegas, não raro agravando a ansiedade social que os portugueses compreensivelmente já vivem há mais de meio ano”, criticam os deputados do PSD.
O partido defende que, como aconteceu no início da pandemia, os Relatórios de Situação diários da Direção-Geral da Saúde (DGS) devem conter “dados sobre a evolução da epidemia por concelho” e que essa informação não deve ser restringida a autarcas, mas antes ser pública, “sob pena de se instalar uma crescente desconfiança da população relativamente às medidas que o Governo e as autoridades de saúde pública vão tomando”.
“Além disso, o Governo deve procurar minimizar o risco de deslocação de pessoas de concelhos de baixo risco para concelhos de elevado risco mediante uma implementação territorial de medidas que tenha em conta as realidades das comunidades interurbanas”, defendem.
Assim, o PSD pergunta a Marta Temido como justifica que os Relatórios de Situação da DGS “tenham deixado de conter qualquer informação, desagregada por concelho, relativamente aos casos confirmados de covid-19” e quanto prevê o Governo que volte a constar essa informação concelhia.
“Pode o Governo explicitar as fontes de informação que permitem a elaboração dos mapas de risco concelhios, que servem de base à imposição ou alívio de medidas restritivas?”, perguntam ainda os deputados sociais-democratas.
Portugal contabiliza pelo menos 3.381 mortos associados à covid-19 em 217.301 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da DGS.
O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 23 de novembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado e municípios vizinhos, medida que abrange desde hoje 191 concelhos.
Durante a semana, o recolher obrigatório tem de ser respeitado entre as 23:00 e as 05:00, antecipado aos fins de semana para as 13:00.
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