“Naturalmente que, se houver alguma evolução da situação, que neste momento não está patente nos números de que dispomos, que exija uma medida dessa tipologia, isso poderá ser considerado”, ressalvou a governante.
“Mas, neste momento, não temos situações epidemiológicas que possam justificar uma situação desse tipo”, reforçou Marta Temido, numa declaração transmitida pela RTP, antes de uma reunião com o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS).
A ministra da Educação falava depois de o presidente da Câmara da Azambuja ter revelado que 40 pessoas do bairro social da Quinta da Mina testaram positivo à covid-19 e ter admitido a possibilidade de pedir um cordão sanitário.
“Estamos a falar de nove famílias de etnia cigana. Já enviei a listagem para as autoridades de saúde e esperamos agora para saber o que podemos fazer. Não excluo a necessidade de existir uma vigilância ativa destas pessoas, uma espécie de cordão”, disse Luís de Sousa (PS) à agência Lusa.
Sobre a situação epidemiológica na Azambuja, a ministra da Saúde notou que o concelho “teve um conjunto de casos relacionados com pessoas que vão trabalhar à Azambuja” e não com residentes.
Os dados de sábado apontavam para 89 pessoas em isolamento na Azambuja, das quais 61 em vigilância sobreativa e 28 em vigilância ativa, indicou hoje à Lusa o delegado regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Mário Durval.
O delegado considerou que a implementação de um cordão sanitário neste concelho do distrito de Lisboa "não faz qualquer sentido", notando que basta o isolamento das 40 pessoas infetadas.
O município de Azambuja, que integra a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, foi incluído na Área Metropolitana de Lisboa para efeitos de realização de testes de covid-19 nas empresas de trabalho precário e no setor da construção civil", avançou à Lusa fonte do gabinete do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, que está a coordenar a situação da pandemia da covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo.
A terceira fase do plano de desconfinamento devido à pandemia de covid-19 arrancou hoje, com o fim do "dever cívico de recolhimento" e a reabertura de centros comerciais, salas de espetáculos, cinemas, ginásios, piscinas e Lojas do Cidadão, mas na AML, devido ao aumento do número de infetados, foi adiado o levantamento de algumas restrições e foram impostas regras especiais, sobretudo relacionadas com atividades que envolvem "grandes aglomerações de pessoas".
Portugal contabiliza pelo menos 1.424 mortos associados à covid-19 em 32.700 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Relativamente ao dia anterior, há mais 14 mortos (+1%) e mais 200 casos de infeção (+0,6%).
O número de pessoas hospitalizadas desceu de 474 para 471, das quais 64 se encontram em unidades de cuidados intensivos.
O número de doentes recuperados é de 19.552.
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