O coordenador regional nomeado pelo Governo para o combate à pandemia na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares Duarte Cordeiro, foi hoje ouvido no parlamento pela comissão que acompanha a aplicação das medidas de resposta à pandemia, numa audição conjunta com os restantes quatro coordenadores regionais (do Norte, Centro, Alentejo e Algarve​​).

Duarte Cordeiro admitiu que o processo de vacinação em LVT iniciou-se, em 27 de dezembro de 2020, "com um critério de aleatoriedade", nomeadamente quanto à idade dos grupos prioritários incluídos no plano de vacinação em curso, mas assegurou que, "neste momento, os critérios de idade estão a ser cumpridos em todo o território".

"Neste momento, nós temos cerca de 8% da nossa população [LVT] vacinada" pelo menos com a primeira dose, afirmou, sublinhando que quase metade destes utentes também já tomou a segunda dose.

Em termos absolutos, em LVT já receberam pelo menos uma dose da vacina cerca de 288 mil pessoas, das quais quase 120 mil também tomaram a segunda dose.

Foi administrado "um total de 407.878" doses de vacinas, 139.861 delas a pessoas com mais de 80 anos, acrescentou.

A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo abrange cerca de 3,6 milhões de utentes.

O secretário de Estado salientou que o maior número de casos diários em LVT foi atingido em 26 de janeiro, dia em que foram registados 8.230 novos infetados, tendo vindo a descer progressivamente desde então até aos "cerca de 200 novos casos por dia".

Atualmente, a região tem, em geral, "incidência de 102 casos por 100 mil habitantes", embora existam "12 concelhos, num total de 52, que têm uma incidência superior" a este rácio.

Tal como a generalidade do país, LVT está na matriz de risco verde, apesar de "com uma incidência ligeiramente superior" à das restantes regiões, o que atribuiu ao facto de LVT ter "partido de um ponto mais alto" do que as restantes regiões, sublinhou.

O coordenador regional destacou que na última semana foram feitos cerca de 71 mil testes em LVT, uma tendência que deverá "aumentar com os rastreios" nas escolas e nos jardins de infância.

Depois de em janeiro ter chegado a ter “dezenas de milhares de inquéritos em atraso” e do reforço das equipas, segundo Duarte Cordeiro, a região não tem inquéritos epidemiológicos em atraso e tem rastreadores em 'standby', disponíveis para a possibilidade de um novo aumento do número de casos.

 “Neste momento nós já não temos inquéritos em atraso, portanto, os inquéritos em atraso que existem na região de LVT resultam das pessoas que não atendem o telefone num determinado dia e nós temos que insistir no dia seguinte. Não resulta de nenhuma incapacidade operacional. Pelo contrário, temos um número muito significativo de equipas em ‘standby’, preparadas para ativar se existir um aumento do número de casos”, disse.

Em 01 de março, estavam a apoiar os rastreios em LVT 464 militares, 120 profissionais a tempo inteiro na estrutura regional de saúde e 404 profissionais a tempo parcial, além de 320 profissionais de entidades externas, acrescentou.

Quanto aos hospitais de campanha, o da Cidade Universitária de Lisboa entrou em funcionamento em 23 de janeiro e teve, entretanto, a atividade suspensa “por não haver necessidade”, registando uma taxa de ocupação máxima de 83%, correspondentes a 48 doentes, tendo atendido um total de 155 pessoas.

O centro de apoio militar da Ajuda, também em Lisboa, criado em 18 de maio de 2020, tinha recebido até 16 de fevereiro 644 doentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Até este mês foram celebrados 60 convenções com entidades privadas e do setor social, que preveem cerca de 45 camas adicionais para doentes com covid-19 e cerca de 130 camas para doentes sem covid-19.

 A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.682.032 mortos no mundo, resultantes de mais de 121,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.743 pessoas dos 816.055 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.