Em declarações aos jornalistas, após uma reunião com a Associação de Municípios da Ilha de São Miguel (AMISM), em que os autarcas reivindicaram mais investimento, o líder do executivo dos Açores considerou que a ilha está “viver a crise do crescimento e do sucesso”, uma vez que a “economia está como nunca esteve”.

“São Miguel, tendo a dimensão que tem, precisa de outras infraestruturas cada vez mais musculadas e capazes de fazer face a esse crescimento e a esse desenvolvimento”, admitiu, falando na sede da Presidência, em Ponta Delgada.

Antes, os presidentes das câmaras de São Miguel exigiram ao Governo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) uma “reflexão séria” sobre o desenvolvimento da ilha, que “não pode ficar para trás”, reivindicando investimentos nas acessibilidades, nas infraestruturas e no combate à exclusão social.

José Manuel Bolieiro alertou que existem investimentos que “não se fazem de um dia para o outro”, mas defendeu a requalificação dos centros de saúde de Lagoa, Ribeira Grande e Vila Franca do Campo.

Ainda na área da Saúde, o líder do executivo regional reconheceu que o Hospital de Ponta Delgada está “há muitos anos aparentemente abandonado na capacidade de dar resposta aos cuidados de saúde”.

“O nosso empenho é fazer um investimento rápido nas condições para garantir um incremento na cirurgia ambulatória para, com isso, reduzir significativamente listas de espera”, assinalou.

Relativamente às acessibilidades, José Manuel Bolieiro defendeu que o investimento realizado nas SCUT (estradas sem custo para o utilizador) “não pode ser limitador” da aposta nas acessibilidades terrestres da ilha.

“Não é aceitável que Ponta Garça, sendo uma freguesia tão populosa, fique tão distante do centro de Vila Franca do Campo, sede do concelho. É preciso ter uma estratégia para essa acessibilidade”, salientou.

O presidente do Governo Regional lembrou, contudo, que o Plano de Recuperação e Resiliência inclui a construção de vias entre Furnas e Povoação e entre Capelas e Ponta Delgada.

“Às vezes o que está em causa não é a falta de obra. É a falta de visibilidade através da mediatização do que está a ser feito. Há muito investimento em São Miguel, mas ainda há muito a fazer”, declarou.

José Manuel Bolieiro garantiu ainda que “alguns investimentos” reivindicados pelos autarcas da maior ilha açoriana vão ter “notoriedade e visibilidade” no próximo Orçamento da região para 2024.

“Não se trata de deixar uns para agarrar outros. Trata-se de criar proporcionalidade no esforço de desenvolver os Açores”, sublinhou.