“A possibilidade de um polícia acabar ferido durante uma ação no estado do Rio é 725 vezes maior do que um soldado norte-americano que esteve em combate na Guerra do Golfo e quatro vezes maior se comparada com a segunda guerra mundial”, lê-se no documento da entidade, que agrega dados policiais.
O relatório da instituição pública, que tem como objetivo aperfeiçoar o trabalho do sistema judiciário brasileiro, entregue na quarta-feira ao Supremo Tribunal Federal, demonstra que cerca de 1,7 mil bairros no Rio de janeiro estão sob domínio de organizações criminosas, com o Comando Vermelho em mais de mil localidades.
As autoridades policiais apontam ainda no relatório que, após a decisão de restringir a atuação policial, “houve um aumento significativo nos confrontos territoriais”, com uma tendência crescente ao longo dos anos. Em 2020 foram registados 114 confrontos territoriais, em 2021 contabilizados 289 e 315 em 2022.
“Ficou evidente que o Comando Vermelho, a maior organização criminosa do Rio de Janeiro, está expandindo as suas operações e buscando maximizar seus domínios territoriais”, frisou.
Além dos grupos tradicionais, como o Comando Vermelho, Terceiro Comando Puro, Amigos dos Amigos e as milícias, um novo fenómeno tem emergido no cenário criminoso do Rio de Janeiro: narcomilícias.
“Esses grupos surgem da aliança entre antigos rivais, que agora se tornaram aliados, com o objetivo principal de conquistar territórios. Essas alianças entre milicianos e traficantes têm levado à implementação de narcomilícias em diferentes regiões da cidade”, indicou o Conselho Nacional de Justiça.
Na conclusão do relatório apela-se que as autoridades judiciais devem definir “com maior precisão o conceito de ‘excecionalidade’ para fins de realização das operações policiais”.
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