“Qualquer pessoa que vença o partido tem a obrigação de unir o partido, tem a obrigação de ser um líder magnânimo, tem obrigação de criar condições para que o partido se reveja por inteiro na solução que vier a apresentar”, afirmou o dirigente socialista.
Daniel Adrião falava aos jornalistas depois de ter votado em Lisboa nas eleições para a escolha do novo secretário-geral do PS, que decorrem até sábado, e que vai disputar com José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos.
Caso não vença, o candidato mostrou-se disponível para dialogar e também para participar na campanha para as eleições legislativas do próximo ano.
Daniel Adrião salientou que “o que interessa é que o Partido Socialista se apresente às próximas eleições na melhor forma possível” e que aquilo que une os socialistas “é muito mais do que aquilo que os separa”.
“Eu sempre estive disponível para o meu partido, há 40 anos que estou disponível para o meu partido, e a tentar, no fundo, dar um contributo positivo e construtivo para a vida interna do partido e para a vida política nacional. Eu estou aqui para aportar valor à política, é esse o meu principal objetivo e o meu principal desiderato”, indicou.
Quanto ao futuro do partido, o recandidato, que lidera deste 2016 uma sensibilidade minoritária nos órgãos nacionais do PS, disse que se candidatou mais uma vez para se “bater por uma mudança na vida interna do Partido Socialista e também na relação do Partido Socialista com os portugueses” e considerou que são “precisas reformas estruturais no país”, a começar pela reforma da lei eleitoral, “a mãe de todas as reformas”.
“Eu candidato-me para reforçar um conjunto de ideias que eu acho que têm estado muito arredadas da agenda política em Portugal e que é preciso, de facto, colocar na agenda política”, afirmou.
Na quarta vez que se candidata a secretário-geral do PS, o dirigente socialista indicou que o seu “combate é pelas ideias”.
“Para mim, o que importa é o triunfo das ideias e portanto, eu bato-me para que as ideias que defendo sejam adotadas e sejam apropriadas pelo partido. E há sinais evidentes nesse sentido, até porque os outros dois candidatos que concorrem a estas eleições já aderiram a ideias que eu propus”, referiu, defendendo que “o que é importante é que o país tenha as melhores soluções para de facto descolar da cauda da Europa e apontar para o pelotão da frente da União Europeia”.
O candidato mostrou-se convicto de que conseguiu “congregar muita gente” em torno das suas ideias, “designadamente da ideia de devolver o PS aos militantes, de colocar as decisões mais importantes da vida do partido na base social de apoio do partido, de construir um partido de baixo para cima e não de cima para baixo e dar mais poder aos cidadãos, para reconciliar os cidadãos com a vida política, para fazer com que os cidadãos possam escolher diretamente os seus deputados”.
Daniel Adrião votou à mesma hora que o ainda secretário-geral do PS e primeiro-ministro demissionário, António Costa, na sede da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do partido.
O candidato considerou existir uma “grande afluência às urnas” por parte dos militantes do PS no primeiro dia de votação e afirmou que “há muito tempo, certamente, que não havia uma participação tão intensa”.
O próximo secretário-geral do PS é conhecido no sábado à noite.
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