O chefe do Governo britânico, em visita à Escócia, insistiu os cidadãos britânicos “não querem mais hesitações e atrasos” no processo de retirada do Reino Unido bloco europeu e declarou estar comprometido a “ir a Bruxelas, obter um acordo nos dias 17 e 18 de outubro (quando o Conselho Europeu será realizado)” e certificar-se que a saída será a 31 de outubro.
Questionado pelos meios de comunicação sociais, em Edimburgo, se consideraria renunciar por não conseguir cumprir essa promessa, Johnson respondeu que é uma “hipótese” que não deseja “contemplar”.
A crise política no Reino Unido causada pelo ‘Brexit’ agravou-se nos últimos dias, estando iminente a imposição ao Governo de Boris Johnson de um novo pedido de adiamento, depois do chumbo da sua proposta de eleições antecipadas para 15 de outubro.
Johnson afirmou que a aprovação previsível do projeto de lei da oposição para evitar um “Brexit” sem acordo vai obrigar o seu Governo a pedir à UE “um atraso sem sentido” para a saída da UE.
“Eu não penso que isso seja o que as pessoas querem e penso que fomos muito claros sobre isso. Não apenas forçaria o Governo a fazer isso, mas também daria à UE o poder de dizer por quanto tempo o Reino Unido deve permanecer. Não posso pensar que este seja um caminho democrático daqui para frente”, declarou aos jornalistas.
Diante da profunda crise em que a gestão do ‘Brexit’ mergulhou o Partido Conservador — que expulsou 21 dos seus deputados do grupo parlamentar depois de votarem a favor de evitar uma saída abrupta do país do bloco europeu -, o seu líder disse que tentará reunir as fileiras.
“Vou tentar encontrar maneiras de construir pontes, mas tenho que ser claro, temos que materializar o ‘Brexit’. Essa é a mensagem para os meus colegas”, disse.
O Governo Johnson vai submeter pela segunda vez a votação da Câmara dos Comuns, na próxima segunda-feira, a proposta de convocar os britânicos às urnas a 15 de outubro, mas a oposição já anunciou que voltará a chumba-la como fez esta semana.
“Eu nunca encontrei uma oposição na história da democracia que se recusasse a participar numa eleição, mas essa é a escolha deles. Penso que, obviamente, não confiam nas pessoas, não pensam que votarão neles, por isso se recusam ter eleições”, afirmou.
Johnson visitou hoje a Escócia para anunciar o investimento de mais 51,4 milhões de libras (mais de 57 milhões de euros) no setor agrícola escocês e enviar uma mensagem de que fará todo o possível para evitar a independência da região, na medida do possível, que é interpretado como o início da sua campanha eleitoral.
Está previsto que o primeiro-ministro e a sua mulher, Carrie Symonds, passem a noite no castelo escocês de Balmoral, onde a rainha Isabel II se encontra em férias, e regressem no sábado a Londres.
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